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domingo, 17 de abril de 2011

Eu, tu, ele, nós ... bullying?



Ok, vocês venceram. Tenho que admitir, fiquei sensibilizado com a demonstração de carinho do público ao longo das últimas três semanas em que nada foi postado aqui nesse blog. Chateados com o meu sumiço, os leitores enviaram centenas de emails para minha caixa de entrada pedindo que eu retornasse do meu exílio virtual. Confesso que esse apelo popular mexeu bastante comigo, por isso gostaria de agradecê-los por tudo. Difícil mesmo tem sido suportar a pressão dos patrocinadores e a distância que sinto de vocês.
Antes de começar a escrever o texto de hoje, segue uma nota de explicação para o meu sumiço. Não me dei férias, tampouco ganhei na loteria, muito menos se tratou de uma jogada de marketing, quiçá uma retirada estratégica. Chega de teoria da conspiração. Não foi nada disso. Além da tradicional falta de inspiração, nesse período eu fiz duas pequenas viagens a Florianópolis e Belo Horizonte, além de ter iniciado uma nova turma preparatória para concurso público, na qual tenho desempenhado a função de monitor. No final das contas, tem me sobrado pouco tempo livre para escrever. Uma pena, pois mesmo não sendo um Paulo Coelho da Tijuca, meus textos vinham sendo lidos por pessoas em todos os cantos do mundo, segundo estatísticas (pouco confiáveis) daqui do blog. Sinceramente não sei como será daqui em diante, até porque o foco hoje está nos livros e códigos jurídicos. Quanto antes eu resolver essa pequena grande chateação profissional, mais tempo terei no futuro para me dedicar ao blog e outros projetos pessoais, por ora, engavetados.
Mas, vamos ao que interessa. Mais uma vez, adiarei a postagem sobre o tema da traição masculina. A julgar pelo recorde de acesso daquele texto "Afinal, o que querem os homens?", esse tratando, ainda que supercialmente, das razões que levam o homem a trair certamente será um sucesso de crítica e navegação. Podem me cobrar. De repente daqui uma ou duas semanas, quem sabe.
Hoje falarei sobre esse tal de bullying. Impressionante como de uma hora para outra o mundo descobriu essa palavra. Tornou-se um fenômeno, virou moda inclusive falar sobre o tema, não é mesmo?
Segundo o tradicional Wikipedia, bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender.
Antes de qualquer decisão precipitada acerca da minha opinião sobre o assunto, gostaria de esclarecer que sou contrário a qualquer ato de violência física ou psicológica em desfavor de qualquer pessoa. Estou longe de ser um estudioso sobre o assunto, mas não entra na minha cabeça que alguma vítima de bullying possa ser mais feliz que uma pessoa normal. E como de fato não faz ninguém mais feliz, há a preocupação dos efeitos maléficos que isso possa causar no sujeito, certo? Desde suicídio até mesmo a massacres ...
Mas, incomoda bastante é que de um tempo para cá tudo virou bullying. Haja psicólogo no mundo, haja terapia. Tem muito oportunista de plantão querendo seus 15 minutos de fama às custas do sofrimento alheio. As pessoas têm generalizado muito sobre o assunto.
Em relação à violência física, não há muito o que se dizer. Mas, será que toda manifestação verbal pode ser enquadrada como um ato de violência psicológica? Se eu tenho um amigo botafoguense e passo a vida inteira zombando dele pelo "chororô", pela falta de craques e títulos do time dele, eu terei praticado bullying? Pelo menos, em tese, eu teria na espécie a ocorrência desse fenômeno, afinal, um botafoguense é incapaz de se defender diante de um flamenguista, não é verdade? E ao zombar um botafoguense, o faço com a intenção de intimidá-lo, até porque a zoação não seria completa se não tivesse justamente esse condão de diminui-lo, certo? Imagino então as atrocidades "bullyiangas" que eu já perpetrei contra vascaínos e tricolores. Inclusive, desconfio que o meu tempo no purgatório será um pouco mais prolongado que a média das pessoas neste planeta, a não ser que as autoridades superiores, tal como a CBF, a Globo, a imprensa e a FIFA, sejam igualmente rubro-negras. Enfim ...
A questão é que as vezes tenho a sensação de que padecemos de uma grande inversão de valores. E a partir da generalização que fazemos das coisas, prejudicamos aqueles que realmente são vítimas, por exemplo, desse sério problema. Isto é, para uma pessoa verdadeiramente vítima de bullying na escola, no trabalho, no clube, na faculdade ou até mesmo pela internet, enumeramos outras 10 que supostamente são vítimas e perdemos a oportunidade de debater e tratar o assunto da maneira como se deveria.
Na minha opinião, a evolução da sociedade tem trazido graves conseqüências, tais como enfraquecimento da família como uma instituição, a crise da educação, a banalização de valores morais e uma incrível capacidade de enxergar problema onde não existe. Perde-se tempo, dinheiro e energia tratando de assuntos secundários. Me chamem do que quiser, mas até que me convençam do contrário, vou morrer fiel aos meus princípios. Vejam só, gente do céu, outro dia vi na televisão uma reportagem sobre personalidades/celebridades que foram vítima de bullying. Porra, até o Obama estava na lista. É o desfavor que a mídia faz de vez em quando ao invés de procurar soluções. Opta-se pelo sensacionalismo. De repente, dá mais dinheiro. O sujeito vê a reportagem e até ali nunca tinha pensado em bullying na vida, sequer sabia o seu significado. Mas sai de perto da TV convicto de que é vítima do sistema e já procura o cartão de algum advogado para ir atrás dos danos morais na Justiça. E o foco se perde.
Há de se separar as coisas. Existe distinção entre zombação e agressão psicológica. Concordo que pode ser uma linha bem tênue, mas não se pode generalizar, caramba. Porque ao se fazer isso, banaliza-se o problema, como hoje acontece, vez que em conversas de bar, nas peladas ou até mesmo pela internet, literalmente se faz graça desse sério problema social.
Não parei para pensar em soluções. Criminalizar essa conduta? Tornar um problema de saúde com necessidade de monitoramento e acompanhamento? Incentivar o revide? O que você acha disso, leitor? Bullying é um problema social ou um modismo do século 21? Quem aqui já foi vítima de bullying? Conte o seu caso, libere sua angústia. Quem sabe, não consegue uma ajuda? Vá em frente, tente!
Ah, confesso que esse longo período sem escrever me deixou sem paciência, sem muita capacidade crítica e baixo poder de organizar idéias e desenvolvê-las. Esse lance de estudar para concurso ainda acaba comigo! Não escrevi 1/3 do que gostaria sobre o assunto, mas, estou oxigenando meu cérebro, ligando as turbinas. Peço desculpa ao leitor. Vou terminar por aqui mesmo, ok? Boa semana a vocês!
Vou colocar um vídeo que se tornou febre mundial sobre o assunto. Valeu, Pequeno Zangief!http://www.youtube.com/watch?v=4ADhcxFDIG0

3 comentários:

  1. modismo. como diz minha mãe, nos tempos dela, minha vó já avisava que se chegasse em casa chorando por causa de "brigas" na escola, ia apanhar pra aprender a se defender.

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  2. Cara, eu sei que, na minha época de colégio, não existia o termo bullying. Graças a Deus, senão já teria sido vítima (sim, vítima!) de muitos processos e pedidos de indenização. Agora, tudo que é zoação é rotularizado 'bullying'. Coitada de mim..

    Na minha opinião, isso é mais uma mazela da invasão cultural americana.
    A separação entre populares, atletas e 'losers' nunca existiu no nosso país. Tampouco a imagem de um grupo mais 'importante' (ou que, pelo menos, acredita ser) ridicularizando outro, mais 'fraco'. O colégio não era tão assustador.

    A mídia, então, adora um escândalo! É sempre mais fácil jogar a culpa nos outros, né? O culpado por um ato de terror não é o monstro que o pratica, mas aquele que implicava com o monstro no colégio. Por favor, né?

    De qualquer forma, prefiro aguardar as cenas dos próximos capítulos.. Se depender dos modismos, já já aparece algo novo.

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  3. cara, ri muito com essa parte do texto:

    "um botafoguense é incapaz de se defender diante de um flamenguista, não é verdade?"

    vc encontrou a frase certa. Realmente, esse assunto tá chato demais...

    grande abraço

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