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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Valeu, poeta!





O problema da juventude é viver
A ilusão de que somos eternos.
Num piscar de olhos a vida passa.
E escorrega pela ignorância
Daquilo que não compreendemos.
Precisa a lição de um poeta:
Que seja eterno enquanto dure.
Nada mais simples, verdadeiro.
Entre sonhos e pesadelos,
Vivenciamos a nossa realidade.
A cada obstáculo, decisões.
Experiências e lições.
A vida contempla fases e sentimentos.
Tudo com um propósito nem sempre
Compreensível.
Se um dia tiver que olhar para trás
Pretendo sorrir e descansar na
Certeza de que nada faltou.
Respirar fundo e vociferar:
Capitão, missão cumprida!
Sentir medo não é covardia
É apenas um sentimento humano.
Na roda gigante da vida,
Há um destino traçado para todos.
Alguns chegarão ao topo,
Outros ficarão no meio do caminho.
E haverá quem não sairá do lugar.
Mas, nada de tristeza.
Aos olhos de Deus,
Somos todos especiais.
A fé conforta, o amor tranquiliza.
A magia da poesia é apaziguar
Um coração em desalinho.
Palavras que soltas
Nada significam, mas juntas
Transformam-se num antídoto
Capaz de curar o mais angustiado
Dos homens.
No poder das palavras
Repousa a mais profunda
Esperança de dias melhores.
Levanta-te, poeta!
A vida está apenas começando.
Faça do tempo seu aliado
E dos seus sonhos, combustível.
Vá, poeta. Leve ao mundo a sua história.
Que o mundo saiba que aqui há
Um homem feito de carne e osso.
Que entre erros e acertos,
Sonha em deixar um legado.
Força, poeta. A estrada é longa.
Caminhe sem medo por ela.
Viva intensamente seus dias.
Mas, não hoje.
É hora de dormir.
Recuperar energias.
Não se preocupe, 
O recado foi dado.
Apague a luz, e descanse um pouco.
Amanhã, um novo dia, uma nova vida.
Valeu, poeta!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Um grito de dor na madrugada

 
Faz tempo que não escrevo aqui no blog. Não por falta de vontade, e sim por não ter tido maiores inspirações "literárias" nos últimos meses. Menos mal que não ganho a vida com meus rabiscos virtuais. Estaria fadado a fechar o mês sempre no vermelho.
 
Contrariando a lógica, a bendita da inspiração veio, tardiamente, mas veio. Ontem. De madrugada. Em forma de dor. Muita dor. E como sempre, no mês de dezembro.
 
Ok, não precisava ter vindo assim, sem avisar, rompendo meu encontro diário com Morpheus.
 
Até porque era pra ter sido mais uma madrugada tranquila de sono, após um sábado a noite bem agradável ao lado de amigos da época de faculdade.
 
Só que naquelas primeiras horas do dia 2 de dezembro as coisas não seriam tão fáceis para mim.
 
E comecei a ter certeza disso quando meu sono foi interrompido bruscamente com uma forte dor irradiando da minha região abdominal e das minhas costas. Até agora não sei ao certo de onde vinha a dor.
 
Não tinha posição ou comprimido que amenizasse o sofrimento. A dor era intensa. Até dificuldade para respirar em determinados momentos eu tive. Desesperador.
 
Não demorou muito e fui com a minha namorada para emergência de um hospital carioca. Acreditem, eu não teria saído de casa se realmente as coisas não estivessem além do suportável.
 
Ao chegar no hospital, a preocupação era ser atendido logo. Nessas horas, você xinga a quinta geração de quem criou a burocracia que envolve a admissão do paciente e o início da análise do quadro clínico. Graças a Deus, eu tenho uma namorada médica e encontrei gente ontem bastante prestativa e atenciosa.
 
Deve ter sido a inauguração da Árvore da Lagoa. O espírito natalino iluminou a todos que cruzaram o meu caminho ontem.
 
A dor era tanta que não demorou muito para as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Imaginem um sujeito de 2 metros chorando. Tenham certeza que não é por pouca coisa.
 
Me contorcia bastante. A medicação aplicada levou bons e eternos minutos para surtir efeito. De pé, sentado ou curvado, a dor não passava. E era preciso entender a razão daquilo tudo. Com isso, prescreve-se exames, tira-se sangue, recolhe-se urina, faz-se tomografias. Rotina padrão, menos mal.
 
Naquela altura, suspeitavam de que fosse "apenas" a minha vesícula. Confesso que já até me conformava com a idéia de ser operado e perder o domingo de sol e praia no Rio de Janeiro (mentira, na verdade, perdi um dia inteiro de aula no cursinho que faço aos fins de semana).
 
Mas, ainda tinha a tal da tomografia a realizar.
 
O rapaz, bem humorado (principalmente porque estamos falando de uma madrugada de sábado para domingo, por volta das três da manhã) disse que o exame não levaria cinco minutos.
 
Dez minutos depois ele retorna dizendo que seria necessário aplicar contraste para "facilitar a visualização da imagem". Mas, que não precisava me preocupar, seria mais rápido ainda, coisa de "três minutos".
 
Oito minutos depois o exame é concluído. Eu me levanto e sigo até a sala de emergência. Já sem dor e preparando o "material" para o exame de urina.
 
Minha namorada chegou logo em seguida, dizendo que tinha ligado pro meu irmão. Começa uma cara de choro.
 
"Ih, f..., deu ruim". Você até tenta manter a tranquilidade, mas não adianta, no fundo, você está ansioso querendo saber o que o exame apontara.
 
Você chega pra identificar algo e corre o risco de descobrir outra coisa. A vida é assim, parceiro. Acho bom que seja assim. Pelas curvas da vida, a gente descobre o nosso caminho. Desde cedo, entendi que o melhor é encarar o problema de frente e não se omitir ou fragilizar. Fazer tudo que dependa de você. E entregar ao destino o que não pode ser compreendido e o que independe da sua vontade.
 
De 0 a 10, 6 cm é o tamanho do meu problema. Tranquilo.
 
Seja como for, não deu em nada (calma, não é objetivo aqui preocupar ninguém nem fazer papel de vítima. É pura literatura, mané).
 
No máximo, uma visita ao médico nesta semana e cirurgia para retirar vesícula nos próximos meses, precedida de dieta e perda daqueles kg temidos durante as confraternizações de fim de ano. Nada de chocolate, fritura, bebida.
 
"Classic", em se tratando de meses de dezembro e janeiro...
 
Nessa madrugada, eu só queria parar de sentir dor. Queria apenas retomar meu sono. Voltar a trilhar o caminho que me separa dos meus sonhos.
 
E cá estou.
 
Firme e forte.
 
Só não digo que preparado para outra, porque realmente não quero nunca mais sentir aquela dor.
 
Ao dormir hoje cedo, pensei:
 
1 - Inexplicável a relação de cumplicidade e amor que eu e meu irmão temos um pelo outro
 
2 - Uma benção ter ao meu lado uma mulher que me ama de verdade e se importa comigo
 
3 - O corpo humano é muito frágil. É preciso rever conceitos.
 
4 - Sou um sujeito protegido e abençoado. Até mesmo nos momentos de dor.
 
5 - Só "saio de cena" depois de ver meu Flamengo campeão do mundo. Ainda que para isso precise superar Matuzalém e o Niemeyer.
 
É, queridos leitores, o grito de dor na madrugada passada sumiu.
 
Agora, o grito é outro.
 
Vamos celebrar a vida, o amor, a família!!
 
E, claro, celebrar os momentos sem dor! Principalmente aqueles sem injeções, exames de sangue, urina...
 
Pelo visto, voltei ao blog, desta vez pra ficar.
 
Inspiração, minha filha, seja bem vinda novamente. Mas, dê uma colher de chá, poxa. Da próxima vez, escolha um horário melhor. Na "madruga" é muito maldade...
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Religião: a maior invenção humana da história


Não me queira mal, leitor. Não mesmo.

Acima de qualquer opinião, meu respeito em grau máximo às crenças individuais alheias. Se você tem ou não religião e qual é ela, sinceramente, não me interessa. O livre-arbítrio confere a cada um de nós a faculdade de promover nossas próprias escolhas, segundo os mais variados, conflitantes e antagônicos critérios, muitos dos quais desprovidos de razoabilidade, fundo científico e de auto sustentação. E até que me provem o contrário, há coisas na vida para as quais simplesmente não se encontra explicação/justificação. E a existência de Deus, da maneira como concebida há pouco mais de 2.000 anos, certamente é uma delas.

Feita a ressalva acima, reforçando a idéia de que o assunto em voga é polêmico, apresento um questionamento digno de reflexão: até que ponto a religião orienta a caminhada do Homem?

A indagação acima é bastante oportuna a medida que nos deparamos em qualquer era da história da humanidade com a relação visceral entre Homem e Religião, cúmplices e dependentes um do outro. Para o bem e para o mal.

Novamente: não estou aqui a atestar ou reconhecer a inexistência do "Big Boss" (pelo amor de "Deus"!), mas sim pontuar a respeito da alternativa encontrada pelo Homem no decorrer de sua história para chancelar seus atos e justificar suas ambições, sem maiores resistências ou contestações. 

Pode não parecer, mas a mim, religião e Deus são coisas distintas. A começar pelo fato de que a religião tem se revelado falha, frágil e incapaz ao longo dos séculos de promover na espécie humana aquilo que seus fiéis poderiam esperar dela.

A história da humanidade corrobora a idéia acima, senão vejamos.

Nos dias de hoje, "em nome de Deus", pessoas se explodem, retirando a vida de outras. "Em nome de Deus", os homens promovem guerras. "Em nome de Deus", uns enriquecem com o dízimo de outros. "Em nome de Deus, busca-se justificar a existência de ricos e pobres, alegria e tristeza, felicidade, dor e sofrimento. "Em nome de Deus" comete-se os mais variados crimes contra os nossos semelhantes.

No passado, a religião foi usada para justificar o poder dos soberanos, a concentração de riquezas, a matança de opositores, o não desenvolvimento da ciência e do próprio homem.

No passado, "em nome de Deus", de acordo com a religião dominante. No presente conforme a multiplicidade de religiões difundidas entre os homens na Terra. Salvo meia dúzia delas, para as quais há críticas e resistência em se admitir como sendo uma, a religião acorrentou o Homem de uma tal maneira que seu futuro é posto em xeque.

É possível perceber a presença da religião nos capítulos mais tristes da história da humanidade. E saiba, leitor, isso é um fato e não  uma opinião.

A religião trouxe "em nome de Deus" a ganância, corrupção, pedofilia, mentiras, mortes, miséria, crimes diversos, razão pela qual, se existe um Deus, pai de tudo e de todas as coisas, será que realmente ele estaria satisfeito com a maneira como seus filhos invocam seu nome e o celebram?

Será que seríamos uma sociedade melhor sem a presença da religião?

Até que ponto o modelo econômico, político e religioso escolhido por cada sociedade interfere direta ou indiretamente no estilo de vida e na relação entre Homem e Deus?

Até que ponto o enfraquecimento da família, das instituições, dos bons costumes corrobora para o distanciamento entre Homem e Deus?

Até que ponto a alienação geral torna o homem cada vez mais refém e dependente da religião?

Como seria a vida do homem diante da certeza de que não há nada depois da morte?

Fascinante, desafiador e certamente, tema de muito debate.

Eis o paradoxo trazido pela análise da história da humanidade nos últimos dois milênios: quanto mais o Homem se aproximou de uma religião, mais ele se afastou de Deus.

No entanto, como toda regra, a religião comporta exceções. Até mesmo pela minha ignorância cultural e religiosa acerca de várias existentes nos dis de hoje, eu não poderia equipará-las e igualá-las em defeitos e virtudes. Só ouso a afirmar que mesmo não as conhecendo inteiramente, dificilmente haverá alguma capaz de responder a todos os questionamentos do Homem e/ou trazer a tão conclamada e desejada "paz espiritual". Na sua essência, o homem é um ser inquieto, ávido por respostas e mudanças. E isso, por si só, já contrasta com a idéia de religião.

Por outro lado, é forçoso reconhecer a importância da religião em diversos aspectos. E por óbvio, cada religião também é capaz de fazer o que dela se espera: ajuda aos necessitados, projetos sociais, paz interior e também, por que não, um direcionamento para vida de cada um (conselhos, incentivos etc).

Se o mundo está do jeito que está mesmo com a religião defendendo e lutando por seus dogmas (muitos dos quais colidem com "a evolução da sociedade contemporânea"), imaginemos como seria a ausência de religião na vida de todos nós.

Até porque, lembre-se, por menos religioso que você seja, no primeiro sinal de fraqueza, você pede proteção divina. Faz o sinal da cruz. Reza, ora, suplica. Faz promessa a santo. Ajuda a quem precisa. Frequenta missa ou similares em busca de tranquilidade, harmonia e paz. Faz ou deixa de fazer coisas por conta de crenças ou ensinamentos advindos de alguma religião. E por aí vai. Queira ou não, a vida de todos nós em diversos momentos é influenciada pela religião. E isso independe da sua crença em Deus.

E por isso, a conclusão: a religião foi a maior invenção humana da história.

Nota do Autor: acredito em Deus, tenho formação católica, conhecimento em outras religiões, passagens de vida reveladoras da presença divina e uma única certeza: a minha crença em Deus não passa por orientação de nenhuma religião criada pelo Homem. Somos falíveis, instáveis, manipuladores, mentirosos e insuficientemente capazes de entender tudo aquilo que envolve a criação da Terra, do Homem e de tudo mais que existe por aí.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

À Nação Rubro-Negra - Parte 1




À Nação Rubro-Negra,

É preciso reagir. Com frieza e inteligência, acima de tudo. E, sem sombra de dúvidas, com a ajuda de pessoas do bem, rubro-negros legítimos, desprovidos de interesses políticos, econômicos ou auto promocionais.

O Clube de Regatas do Flamengo necessita da ajuda de rubro-negros honrados, idôneos, com um mínimo de efetiva boa vontade e senso crítico, e ideologicamente independentes daqueles que há décadas apequenam o clube mais popular do país, sugando-lhe as forças, os recursos, a alma.

O horizonte que se avizinha é sombrio. E saiba você que nem meia dúzia de conquistas não terá o condão de mascarar a triste realidade: o Flamengo se tornou há tempos uma bagunça institucionalizada, povoado por urubus famintos, movidos por ganância e interesses pessoais, pouco importando se isso resultará no sofrimento de milhões.

O sentimento de revolta que há muito habita meus pensamentos só não causa um estrago maior e irreparável porque, graças a Deus, aos meus pais e ao meu esforço pessoal, consigo ter outras preocupações e objetivos de vida que exigem de mim atenção e dedicação.

Mas, infelizmente, não é essa a realidade de outros milhões de torcedores, igualmente ou até mesmo mais apaixonados pelo Flamengo do que eu, muitos dos quais deixam de colocar comida em casa para assistir a um jogo do time ou mesmo adquirir um produto do clube. Isso sem contar aqueles que usam o futebol para amenizar um pouco o sofrimento pelas dificuldades diariamente enfrentadas em nossa sociedade.

Por mim, por eles e por outros rubro-negros que certamente estão indignados e sofrendo com a situação atual do Flamengo, resolvi escrever essa carta, não me preocupando se a mesma ficará extensa, dificultando sua leitura.

Ainda que ao final, seja o único a lê-la, terei cumprido o meu papel. Mas, nunca, em nenhuma hipótese ou sob qualquer condição, lavarei as mãos. Jamais, em tempo algum, desistirei do Flamengo e negarei o amor que sinto por este clube.

A pretensão de apresentar os problemas e esgotar as soluções passa bem distante nesta carta. Beira o amadorismo supor que esta carta seja capaz de solucionar todos os problemas do Flamengo. E de amadores, já bastam as gestões dos últimos 117 anos.

Você, torcedor e apaixonado pelo Flamengo, não perca seu tempo em me odiar ou me amar. Em concordar em parte, na íntegra ou discordar veementemente de tudo que vou escrever. A idéia aqui é resgatar o espírito rubro-negro que existe dentro de você. É romper a inércia com que a torcida do Flamengo lida com as sucessivas atrocidades cometidas por dirigentes, jogadores, empresários e “torcedores profissionais” (leia-se: os infiltrados na Gávea através de seus poderes institucionais e aqueles cujo apoio é financiado por diretorias em troca de ingressos e sabe-se lá mais o que).

É preciso reagir. Dar o pontapé inicial. Trazer para perto homens que façam a diferença. Afinal, uma Nação que conta com 35 milhões de seguidores não pode ser refém pela ditadura de uma minoria, não concordam?

Eu gostaria muito de conclamar a imprensa para me ajudar na difusão desse manifesto. Mas, infelizmente, uma imprensa verdadeiramente livre e independente parece ser uma utopia presente apenas em livros de ficção política. Isso para não adentrar no mérito do pleno desconhecimento e despreparo com que ditos profissionais noticiam as informações vindas da Gávea.

A conveniência faz a imprensa invocar a bandeira da liberdade de imprensa. Balela. Infelizmente, o futebol é apenas mais um segmento dessa sociedade aprisionada pela alienação geral, pela reduzida capacidade crítica com que se discute idéias neste país e pelo ceticismo que ronda nossas instituições.

Diariamente, em praticamente todos os meios de comunicação, é possível enxergar o desfavor com que a imprensa e seus doutos profissionais prestam ao Mais Querido do Brasil (para não adentrar em outras searas), expurgando para longe da Gávea a esperança de dias melhores e de retomada ao caminho do crescimento enquanto instituição e de solidificação da marca no mercado interno e internacional, veiculando-se notícias falaciosas, tendenciosas e que nada acrescentam para as devidas mudanças que urgem ocorrer no Clube de Regatas do Flamengo.

E se o debate na imprensa não pode ser total, livre e independente, não presta para o objetivo pretendido: resgate da auto-estima e do caminho por dias melhores.

Assim, você torcedor rubro-negro de bem, diferente de quem hoje é situação ou oposição na vida política do Flamengo, preocupado com a quantidade de besteiras cometidas pela atual diretoria e pelas que lhe sucederam, leia com atenção essa carta. Que este desabafo avance pelo mundo virtual e chegue ao conhecimento de um número máximo de pessoas interessadas em resgatar o Flamengo do mundo das trevas para onde foi lançado por seus “líderes”.

Nasci em 1981. Sou cria da geração de ouro da Gávea. Desde cedo, acostumei-me com conquistas históricas, com vitórias e com o orgulho que era torcer e representar o Flamengo onde quer que eu estivesse. Vi jogadores com reduzida capacidade técnica se transformarem em ídolos. Cresci com os adversários temendo e respeitando o time, sua torcida e, principalmente, a instituição.

Em algum momento, tudo isso foi perdido.

Seria cômico, se não fosse trágico, observar neste ano eleitoral, que as mesmas figuras que se arrastam há décadas no Flamengo surgem como esperança de dias melhores, de modernização. Até quando seremos obrigados a aguentar esses ex-presidentes, que trocam acusações e ofensas repetitivamente, como se fossem imunes às críticas e que carregassem histórico de acertos e reputações idôneas. Façam-me o favor...

O abismo bate a porta. O medo também. Há um campeonato brasileiro pela frente e um time despreparado, sem alma, sem identidade. E até lá, disputas eleitorais, novas crises, dívidas e mais um ano perdido, sem conquistas, sem resgate da auto-estima, sem implementar qualquer ideologia minimamente profissional.

Divulguem esta carta. Façamos um movimento pacífico e inteligente. Vamos protestar contra quem aterra sonhos de ver um Flamengo referência mundial.

Nas próximas manifestações, falarei um pouco sobre o caso envolvendo o R10, Lei Pelé, categorias de base, parte tática e técnica do time, contratações, política do clube, treinadores, patrocínio, quadro social do clube, dentre outros assuntos.

Fica aqui registrado o meu protesto. O meu “basta”, o meu repúdio com que todos esses dirigentes fizeram com o Flamengo ao longo dos últimos 30 anos. Não será a entrega de um CT, conquista de títulos em esportes amadores e pagamento de juros de dívidas que acabarão com a minha insatisfação.

Pensemos em alternativas.

Porque do jeito que está, o Flamengo em breve se tornará um ex-clube grande, vivendo cada vez mais do passado, tal como fazem seus pares aqui no Rio de Janeiro.

Rubro-negros de bem e Geração de 81, salvemos o Flamengo.

SRN!

Observação: Para quem possa contestar meu lado rubro-negro, digo em minha defesa preventiva que desde meus 12 anos passei a ir sozinho ao Maracanã, em jogos decisivos ou simplesmente diante de times inexpressivos em campeonatos diversos (sempre pagando meus ingressos e me submetendo a horas de fila, cambistas, despreparo da PM e outros absurdos que só quem vai ao estádio é capaz de saber). Ajudo indiretamente o clube adquirindo produtos oficiais todos os anos e pagando pelo sistema de pay per view. Em breve, me tornarei sócio, pois pelo Estatuto do Clube, somente quem for sócio adimplente e por 3 anos, salvo engano, possui o direito de participar da vida política do clube. E não haverá qualquer mudança nessa bagunça chamada Flamengo se não houver reforma política e rubro-negros idôneos a frente desse processo de transformação.

sábado, 24 de março de 2012

Reféns do Livre Arbítrio


Quem acompanha este blog deve saber minha predileção por títulos convidativos em meus textos.

Na maioria das vezes serve não apenas para despertar a curiosidade alheia, mas principalmente para conferir um certo grau de ironia ou forçar uma pequena reflexão de quem opta por lê-los.

Aliás, estou bastante satisfeito com o retorno das pessoas aqui no blog. Em pouco mais de um ano e cerca de 20 textos, consegui fidelizar um público bem interessante. Em média, são 900 acessos mensais (excluindo-se os meses que fiquei sem postar nenhum texto). Muito bacana isso. Não tive a sensibilidade para escrever 20 bons textos, admito, mas alguns são realmente dignos de leitura. Seja como for, conto com a divulgação de vocês. Quem sabe um dia eu não consiga transformar minhas palavras em fonte única ou autônoma de subsistência? Ter uma coluna em jornal ou revista? Trabalhar em uma Copa do Mundo? Seria um sonho. Mas, por enquanto, já fico satisfeito se elas de alguma forma promoverem reflexões e tocarem o coração de vocês. 

Deixemos de lado agora esse início midiático e abordemos o tema sugerido no título.

Aliás, esse título é bem interessante e revela, a princípio, duas idéias completamente antagônicas: prisão e liberdade, não concorda?

Acontece que, ao pensar um pouco sobre o assunto nos últimos dias, motivado por situações particulares de vida, concluí que na verdade "prisão e liberdade" não são valores absolutamente incompatíveis, muito menos caminham em direções diametralmente opostas. No fundo, estão conectados e interligados entre si, em sintonia diária na vida de cada um de nós.

Como?

Vou tentar explicar.

É muito comum ouvir/ler a respeito das liberdades que o indivíduo possui no curso da vida. Que seríamos, de fato e de direito, inteiramente livres para exteriorizar nossas escolhas/opiniões nas mais variadas formas de manifestações da liberdade.

Exemplos da assertiva acima não faltariam: liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade de pensamento, liberdade para escolher seu time de futebol, partido político, orientação sexual e por aí vai.

Em linhas gerais, segundo a filosofia budista (obrigado wikipedia!), o indivíduo somente conseguiria viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento e o sofrimento caso se tornasse consciente das características da realidade que o cerca, ou seja, que os acontecimentos e fenômenos da vida são impermanentes, insatisfatórios e impessoais.

Melhor dizendo, a verdadeira felicidade só seria alcançada com certas doses de conformismos, pois há coisas contra as quais não se pode lutar.

Interessante, não? Você concorda? Se sua resposta for "sim", parabéns, permita-me chamá-lo, querido leitor, de "buda", ou seja, um ser iluminado que alcançou a realização espiritual.
 
Mas, não se sinta mal se você discorda da posição acima. Talvez, a humanidade seja igual a você. E ainda que não fosse, em tempos de respeito às diferenças e aos direitos das minorias, você não estaria em risco.

Só que eu falarei agora por mim. E acontece que eu não sou assim. (In)felizmente. Depende do referencial a ser adotado.

Quem me conhece sabe que essa coisa de conformismo não é muito a minha praia. Sou combativo, guerreiro, contestador. Alguns chamam isso de chatice, maluquice ou coisa de gente temperamental.

Pouco importa.

Particularmente, não acredito em livre-arbítrio. Pelo menos não dessa forma plena que a sociedade "vende aí na mídia". 

A mim, na verdade, o que existe é um "livre-arbítrio mitigado ou dirigido" (como operadores do direito adoram mitigar os conceitos das coisas...).

E sustento isso baseado em diversos fatores, dentre os quais, por exemplo, os aspecto cultural, temporal ou social nos quais o sujeito cresce e se desenvolve.

Exemplos bobos: 

(i) se você mora no Rio de Janeiro, suas opções de times de futebol são Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense. Quantos cariocas você conhece que torcem para o Bahia? São Paulo? Inter? Treze-PB?

(ii) quando escolhemos nossas amizades e nossa parceria amorosa, o fazemos livremente ou escolhemos critérios próprios ou em conjunto com critérios do meio onde vivemos?

(iii) a escolha de roupas, sapatos, tênis etc. são inteiramente livres de valores sociais?

Seja na vida pessoal ou profissional, em maior ou menor intensidade, você estará adstrito a valores que estes meios reputarão como os adequados. Será refém disso tanto no momento da reflexão quanto da escolha e da execução de seu "livre-arbítrio".

Dói saber isso?

Faz diferença?

Estamos condenados ao egoísmo inerente à espécie humana?

Enfim. 

Certamente depois de exercer seu "livre-arbítrio", você terá conflitos com aquela sua decisão. Se perguntará se tomou a melhor decisão, se aquilo realmente te faz feliz. E não poucas vezes descobrirá que o que ontem te fazia feliz hoje te traz muita dor, angústia e lamentação.

E partirá rumo a novos horizontes.

"Que seja eterno enquanto dure" (sua satisfação).

Concluindo: a diferença entre o conformismo (Buda´s way of life) e o inconformismo (anti-Buda) pode, grosseiramente falando, ser no sentido de que a corrida incansável e contínua pela felicidade plena importará quase sempre um preço alto a cada escolha realizada. Com o tempo, perceberá que o que você chama de livre-arbítrio te empurrará inúmeras vezes às encruzilhadas que te forçarão a novas escolhas e renúncias, percorrendo diversos caminhos curvilíneos e/ou circulares. Sob a bandeira da "liberdade" e pleno controle da sua própria vida você será apenas mais um refém da instabilidade humana, da imprevisibilidade da vida, da inquietude da alma.
 
Depois de ler o texto acima, responda com sinceridade: 

(1) você é um refém ou um fugitivo do livre-arbítrio?

(2) existe livre-arbítrio?

Seja como for, boa vida de escolhas a vocês! Com ou sem liberdade...










 

segunda-feira, 12 de março de 2012

A vida em 60 segundos

Calma, gente.

O título engana.

Ninguém colocou uma arma na minha cabeça. Não estou doente e não pretendo morrer nos próximos 60 anos. Pelo menos não antes de ver meu Flamengo campeão do mundo.

Hoje, vou desafiá-los com uma brincadeira, digamos, diferente.

Tente participar. A brincadeira não deixa de ser um processo de auto-conhecimento.

O desafio, em tese, é bem simples. Levante-se, pegue um gravador e fique em frente a um espelho. Em 60 segundos, em voz alta, faça um resumo da sua vida. Onde nasceu, de quem é filho, quantos irmãos, onde estudou, os lugares que conheceu, as experiências vivenciadas, seus maiores acertos, seus maiores erros, melhores amigos, grandes inimigos, planos para o presente, planos para o futuro, o que faria de novo, uma música, um momento, uma pessoa...enfim, resuma quanto e como der, sua vida.

Pense se o mundo terminasse hoje e você fosse deixar algum registro do que foi sua vida e do que você gostaria de ter feito ainda. Imagine que esse pequeno depoimento será o legado ou a mensagem sobre quem você foi. É a sua chance de se livrar do anonimato que cerca nossas vidas nesse mundo globalizado e sintonizado, mas igualmente frio e distante.

Um detalhe importante: se você fizer essa brincadeira, certifique-se que está sozinho, afinal, convenhamos, não é muito usual ver alguém falando sozinho na frente do espelho, não é? E não quero ser acusado aqui de instigar a doideira alheia!

Faça a brincadeira agora.

Ei, não me engane. Vá fazer a brincadeira.

Não continue o texto se você não fez.

Ok? Promete? Jura?

Beleza.

Agora que você fez a brincadeira, vamos à segunda etapa do jogo.

Isole-se no seu quarto. Coloque como trilha sonora a música que você escolheu. Em volume baixo.

Feche os olhos.

Escute sua gravação.

Relembre de seus pais e do amor que eles te deram até aqui. Das renúncias que fizeram. Das noite mal dormidas. Dos sonhos interrompidos para projetar os seus sonhos.

Pense nos seus irmãos. Nas coisas simples que fizeram juntos até hoje. Nas coisas que têm em comum, nos pontos de divergência. E lembre-se que eles estarão com você até o final.

Recorde-se do tempo de colégio e dos dilemas. Você os superou. Das histórias, das paqueras, das provas bimestrais e das aulas de educação física.

Observe quais são os seus maiores acertos. Mantenha-os. Multiplique-os. Torne-se exemplo àqueles que estão ao seu redor. Faça o certo. Pratique o bem.

Seus defeitos? Aprenda com eles. Reflita sobre o que perdeu por agir errado. Onde errou e o que precisa mudar. A vida é mutável. Você não é mais o garotinho de ontem e ainda não é o idoso do amanhã. A vida é uma sucessão de experiências compartilhadas e adquiridas com terceiros. Não há espaço para teimosia.

Convide seus melhores amigos para um chopp. Relembrar histórias do passado e do presente. Faça um esforço para não deixar a rotina afastar de ti aquelas pessoas que escreveram importantes capítulos na tua vida. Não tem tempo? Isso é o que o sistema quer que você acredite. Sim, você tem tempo. Nem que seja 1 hora da semana para destinar a um papo com os seus amigos. Ninguém é feliz sozinho. Vencer e não ter com quem compartilhar isso é muito triste.

Nem sempre um inimigo é produto do erro de terceiros. Se você errou, seja humilde. Peça perdão. Arrependa-se. Para que carregar algo ruim para o resto da vida? Vale a pena tamanho orgulho? Faça sua parte. De repente, você não terá aquela amizade novamente, mas pode impedir energias negativas sobre você.

Seus planos? Se você sabe quais são, o que está esperando para colocá-los em prática? O futuro nada mais é do que o produto das suas ações no presente. Veja, você sabe o que te fará feliz (ou mais feliz). Vá atrás de seus sonhos, de seus planos.

Lembrou do que você faria de novo? Deve ser porque te fez feliz, não é mesmo? Por que não repetir a fórmula?

Pensou em alguém? Se ela estiver do seu lado, diga-lhe que a ama muito. Dê um abraço forte. Relembre as histórias entre vocês. Diga-lhe o que mais gosta nela(e). Façam planos, escolham lugares para visitar e conhecer juntos.

Como podem ver, a brincadeira não é tão simples quanto parece, não é tão fácil como se supunha. Mas, talvez, bastam 60 segundos para uma reflexão capaz de impor transformações na sua vida.

Transformações que terão o condão de fazê-lo feliz. Ou de libertar sua alma ou liberar suas angústias.

Melhor "desperdiçar" 60 segundos de seu tempo agora a lamentar por uma vida inteira por aquilo que não conseguiu enxergar ou fazer.

Pense nisso.

E não reclame ou lamente da vida. Você é um vitorioso, ainda que tenha tido obstáculos no caminho. Quem não os teve? Dê uma olhada ao seu redor e certamente verá que possui mais motivos para comemorar do que lamentar.


Enfim, brinque. Reflita. Viva.


Se tiverem paciência, dêem uma olhada no vídeo abaixo!


Boa semana!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tempo perdido


Para quem aprecia escrever, hoje é um dia terrível. Por mais esforço que seja empregado, simplesmente as palavras não conseguem traduzir a angústia experimentada. Nada parece fazer sentido. E realmente, não faz. Um bloqueio psicológico inviabiliza o jogo de palavras, a expressão de sentimentos. Pensamentos contraditórios se misturam e se pulverizam diante de neurônios já debilitados pelo avançado estágio de putrefação de idéias. Um caos completo e aparentemente irrerversível.

Falta tudo. A começar pela inspiração. A falta dela sufoca quem dela se abastece para enfrentar os desafios diários que a vida impõe. Um horror.

Pequenas gotas se transformam em verdadeiras tempestades. De repente, tudo se potencializa. Para o bem e para o mal. Você está cego, surdo e mudo. Verdadeiro prisioneiro da sua própria vida. O barco está afundando em mar aberto e você é incapaz de pedir ajuda.

Tenso, muito tenso. A luta parece ser desigual e covarde.

Você olha para o tabuleiro e percebe que seu adversário dará um xeque-mate em três lances. Seu destino parece selado. A vergonha pela derrota inevitável. A sensação de impotência diante de um adversário feroz e traiçoeiro.

E você passa a se questionar como tudo chegou a esse ponto. Não encontra respostas, não vê alternativas ou saída. Cogita entregar os pontos e negociar sua rendição ao exército do inimigo.

Ao olhar para o espelho, não vê brilho nos seus olhos. Observa o muro ao lado pixado com expressões injuriosas ao seu respeito. Jura ouvir gritos caluniosos em sua direção. Você senta e se considera uma farsa. Uma vergonha. Um derrotado. Um fracassado. Um inútil.

Sente-se sozinho e isolado de tudo e de todos. Aguarda apenas o apito final do árbitro.

Até que você lembra daquele dia em que encheu o pulmão de ar para vociferar ao mundo que desistir é opção dos covardes.

Aquilo mexe contigo. Você sente um arrepio no corpo inteiro. Levanta a cabeça e respira fundo. Ninguém disse que seria fácil. Não houve sequer uma promessa de facilitação. Você faz a sua história, escreve seus capítulos. E percebe que as dificuldades farão da sua trajetória, algo épico e fonte de inspiração alheia.

O corpo que até então sucumbia à idéia da derrota, fortalece-se. Você está no ringue, levando sucessivas pancadas do oponente. Mas, teimoso, cambaleante, ousa levantar-se mais uma vez. E mais uma. E outra. Mais algumas vezes. Incrédulo, o adversário não sabe mais o que fazer. Ele olha nos seus olhos e percebe que você não vai desistir. Jamais. A luta terá muito mais de três rounds. E ao final, haverá apenas um vitorioso: você.

Todos estamos suscetíveis a momentos de fragilidade. Isso é ser humano. Mas, fundamental lembrar de todos aqueles que em algum momento da história passaram pela sua vida, contribuindo com conselhos, experiências, dicas, lições, exemplos. A eles, pessoas que nos amam incondicionalmente, devemos o nosso dever de lealdade, de não desistir.

E ali, naquele tabuleiro de xadrez, naquele barco ou naquele ringue, você renasce das cinzas. Mais forte, mais centrado. Firme nos seus objetivos. Levanta e encara seu adversário, sem medo.

Demande o tempo que for preciso, você construirá sua história. Uma história valiosa, composta dos mais variados e diversificados momentos. E ao olhar para trás, dará um sorriso apaziguador sobre as dúvidas de outrora. Você é um guerreiro, um combatente. Que jurou lá atrás que não desistiria até conquistar o mundo. O seu mundo. Honra e dignidade. Sempre. 

O mundo até pode duvidar do seu sucesso, mas jamais duvidará de sua coragem e de sua persistência. E sempre respeitará a sua batalha.

Levante, soldado. Você é imortal. Em seus ombros repousa a esperança e a alegria de muitas vidas. Perde-se uma batalha para ganhar uma guerra. Aos homens de bem são imputadas a chama da responsabilidade por dias melhores. Gerações futuras usarão o seu exemplo e invocarão seus feitos para afugentar os inimigos.

Rogo a Deus discernimento contínuo. E suplico perdão por minutos de fraqueza. Ontem, hoje, amanhã e sempre, meus agradecimentos por tudo.

Para o alto e avante. Até o topo da felicidade, sem olhar para trás, deixando pelo caminho as pedras e os espinhos.

Que venha 2012 e seus desafios.

Saúde, paz e amor. O resto a gente corre atrás.



Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...