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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Valeu, poeta!





O problema da juventude é viver
A ilusão de que somos eternos.
Num piscar de olhos a vida passa.
E escorrega pela ignorância
Daquilo que não compreendemos.
Precisa a lição de um poeta:
Que seja eterno enquanto dure.
Nada mais simples, verdadeiro.
Entre sonhos e pesadelos,
Vivenciamos a nossa realidade.
A cada obstáculo, decisões.
Experiências e lições.
A vida contempla fases e sentimentos.
Tudo com um propósito nem sempre
Compreensível.
Se um dia tiver que olhar para trás
Pretendo sorrir e descansar na
Certeza de que nada faltou.
Respirar fundo e vociferar:
Capitão, missão cumprida!
Sentir medo não é covardia
É apenas um sentimento humano.
Na roda gigante da vida,
Há um destino traçado para todos.
Alguns chegarão ao topo,
Outros ficarão no meio do caminho.
E haverá quem não sairá do lugar.
Mas, nada de tristeza.
Aos olhos de Deus,
Somos todos especiais.
A fé conforta, o amor tranquiliza.
A magia da poesia é apaziguar
Um coração em desalinho.
Palavras que soltas
Nada significam, mas juntas
Transformam-se num antídoto
Capaz de curar o mais angustiado
Dos homens.
No poder das palavras
Repousa a mais profunda
Esperança de dias melhores.
Levanta-te, poeta!
A vida está apenas começando.
Faça do tempo seu aliado
E dos seus sonhos, combustível.
Vá, poeta. Leve ao mundo a sua história.
Que o mundo saiba que aqui há
Um homem feito de carne e osso.
Que entre erros e acertos,
Sonha em deixar um legado.
Força, poeta. A estrada é longa.
Caminhe sem medo por ela.
Viva intensamente seus dias.
Mas, não hoje.
É hora de dormir.
Recuperar energias.
Não se preocupe, 
O recado foi dado.
Apague a luz, e descanse um pouco.
Amanhã, um novo dia, uma nova vida.
Valeu, poeta!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Um grito de dor na madrugada

 
Faz tempo que não escrevo aqui no blog. Não por falta de vontade, e sim por não ter tido maiores inspirações "literárias" nos últimos meses. Menos mal que não ganho a vida com meus rabiscos virtuais. Estaria fadado a fechar o mês sempre no vermelho.
 
Contrariando a lógica, a bendita da inspiração veio, tardiamente, mas veio. Ontem. De madrugada. Em forma de dor. Muita dor. E como sempre, no mês de dezembro.
 
Ok, não precisava ter vindo assim, sem avisar, rompendo meu encontro diário com Morpheus.
 
Até porque era pra ter sido mais uma madrugada tranquila de sono, após um sábado a noite bem agradável ao lado de amigos da época de faculdade.
 
Só que naquelas primeiras horas do dia 2 de dezembro as coisas não seriam tão fáceis para mim.
 
E comecei a ter certeza disso quando meu sono foi interrompido bruscamente com uma forte dor irradiando da minha região abdominal e das minhas costas. Até agora não sei ao certo de onde vinha a dor.
 
Não tinha posição ou comprimido que amenizasse o sofrimento. A dor era intensa. Até dificuldade para respirar em determinados momentos eu tive. Desesperador.
 
Não demorou muito e fui com a minha namorada para emergência de um hospital carioca. Acreditem, eu não teria saído de casa se realmente as coisas não estivessem além do suportável.
 
Ao chegar no hospital, a preocupação era ser atendido logo. Nessas horas, você xinga a quinta geração de quem criou a burocracia que envolve a admissão do paciente e o início da análise do quadro clínico. Graças a Deus, eu tenho uma namorada médica e encontrei gente ontem bastante prestativa e atenciosa.
 
Deve ter sido a inauguração da Árvore da Lagoa. O espírito natalino iluminou a todos que cruzaram o meu caminho ontem.
 
A dor era tanta que não demorou muito para as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Imaginem um sujeito de 2 metros chorando. Tenham certeza que não é por pouca coisa.
 
Me contorcia bastante. A medicação aplicada levou bons e eternos minutos para surtir efeito. De pé, sentado ou curvado, a dor não passava. E era preciso entender a razão daquilo tudo. Com isso, prescreve-se exames, tira-se sangue, recolhe-se urina, faz-se tomografias. Rotina padrão, menos mal.
 
Naquela altura, suspeitavam de que fosse "apenas" a minha vesícula. Confesso que já até me conformava com a idéia de ser operado e perder o domingo de sol e praia no Rio de Janeiro (mentira, na verdade, perdi um dia inteiro de aula no cursinho que faço aos fins de semana).
 
Mas, ainda tinha a tal da tomografia a realizar.
 
O rapaz, bem humorado (principalmente porque estamos falando de uma madrugada de sábado para domingo, por volta das três da manhã) disse que o exame não levaria cinco minutos.
 
Dez minutos depois ele retorna dizendo que seria necessário aplicar contraste para "facilitar a visualização da imagem". Mas, que não precisava me preocupar, seria mais rápido ainda, coisa de "três minutos".
 
Oito minutos depois o exame é concluído. Eu me levanto e sigo até a sala de emergência. Já sem dor e preparando o "material" para o exame de urina.
 
Minha namorada chegou logo em seguida, dizendo que tinha ligado pro meu irmão. Começa uma cara de choro.
 
"Ih, f..., deu ruim". Você até tenta manter a tranquilidade, mas não adianta, no fundo, você está ansioso querendo saber o que o exame apontara.
 
Você chega pra identificar algo e corre o risco de descobrir outra coisa. A vida é assim, parceiro. Acho bom que seja assim. Pelas curvas da vida, a gente descobre o nosso caminho. Desde cedo, entendi que o melhor é encarar o problema de frente e não se omitir ou fragilizar. Fazer tudo que dependa de você. E entregar ao destino o que não pode ser compreendido e o que independe da sua vontade.
 
De 0 a 10, 6 cm é o tamanho do meu problema. Tranquilo.
 
Seja como for, não deu em nada (calma, não é objetivo aqui preocupar ninguém nem fazer papel de vítima. É pura literatura, mané).
 
No máximo, uma visita ao médico nesta semana e cirurgia para retirar vesícula nos próximos meses, precedida de dieta e perda daqueles kg temidos durante as confraternizações de fim de ano. Nada de chocolate, fritura, bebida.
 
"Classic", em se tratando de meses de dezembro e janeiro...
 
Nessa madrugada, eu só queria parar de sentir dor. Queria apenas retomar meu sono. Voltar a trilhar o caminho que me separa dos meus sonhos.
 
E cá estou.
 
Firme e forte.
 
Só não digo que preparado para outra, porque realmente não quero nunca mais sentir aquela dor.
 
Ao dormir hoje cedo, pensei:
 
1 - Inexplicável a relação de cumplicidade e amor que eu e meu irmão temos um pelo outro
 
2 - Uma benção ter ao meu lado uma mulher que me ama de verdade e se importa comigo
 
3 - O corpo humano é muito frágil. É preciso rever conceitos.
 
4 - Sou um sujeito protegido e abençoado. Até mesmo nos momentos de dor.
 
5 - Só "saio de cena" depois de ver meu Flamengo campeão do mundo. Ainda que para isso precise superar Matuzalém e o Niemeyer.
 
É, queridos leitores, o grito de dor na madrugada passada sumiu.
 
Agora, o grito é outro.
 
Vamos celebrar a vida, o amor, a família!!
 
E, claro, celebrar os momentos sem dor! Principalmente aqueles sem injeções, exames de sangue, urina...
 
Pelo visto, voltei ao blog, desta vez pra ficar.
 
Inspiração, minha filha, seja bem vinda novamente. Mas, dê uma colher de chá, poxa. Da próxima vez, escolha um horário melhor. Na "madruga" é muito maldade...