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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dias Felizes

Um minuto da sua atenção, por favor. Ok, talvez leve mais de um minuto, mas não deixe de ler esse texto e refletir ao final, combinado?
 
Hoje vou falar um pouco sobre situações que aconteceram comigo na minha vida, mas, é possível que você se identifique com o que eu vou escrever aqui.

Houve uma época em que eu gastava parte do meu tempo e da minha energia reclamando da vida. Quase sempre me julgando no direito de ter esse tipo de postura e comportamento. E "ai" de quem se atrevesse a dizer o contrário.

Reclamava de mim, do trabalho, das pessoas que conhecia e daquelas que não conhecia, dos meus familiares, dos dias ensolarados, das chuvas, das dores pelo corpo, das dívidas, dos planos abortados, de políticos, dirigentes, enfim, de tudo que respirasse ou que diante de mim não seguisse uma linha que eu reputava ser a adequada ou que atendesse a minha expectativa.

Até que alguns segundos de lucidez me permitiram perceber o egoísmo daquele meu comportamento e a injustiça com que eu lidava com tudo que acontecia comigo na minha vida.

Refletindo sobre aquele meu comportamento, concluí que na verdade tal postura representava uma alternativa covarde para justificar frustrações, medos e receio de batalhar pela minha felicidade, pelos meus sonhos, pela minha evolução enquanto homem e espírito.

Por mais obstáculos que o destino tenha colocado diante de mim, o que certamente não é algo de minha  exclusividade, jamais eu poderia ter tratado como regra aquilo que na minha vida sempre foi exceção: dias ruins.

Eis a constatação: a sucessão e a repetição de bons momentos fizeram com que eu me tornasse cego àquilo que dia após dia acontecia de bacana na minha vida, passando a me importar tão somente com as exceções, com os desvios que todos nós temos ao longo da estrada da vida.

Pois é, complexo e contraditório. Mas, quando você percebe isso, sem dúvidas, é um divisor de águas na sua vida.

E, com os olhos tapados diante do óbvio, durante um bom tempo carreguei comigo a premissa equivocada de que os bons momentos são naturais e inerentes a todos os seres humanos e que por esta razão eu tinha o direito de me insurgir contra as derrotas e os maus momentos que a vida me apresentou.
E foi assim que simplesmente deixei de agradecer por ter nascido saudável, por ter estudado em um bom colégio, por ter tido pais maravilhosos, pelo irmão fantástico que tenho, por gozar de boa saúde desde sempre, por ter feito e cativado os melhores amigos que alguém poderia ter, por ter encontrado um grande e verdadeiro amor, pelas viagens e festas inesquecíveis, pelas vitórias esportivas, acadêmicas e profissionais, pela valiosa lição das derrotas, pelos recomeços, pelos perdões que me foram dados, e por muito, muito mais.

Não se pode comparar a regra com a exceção. Esta jamais terá o condão de suprimir tudo aquilo de bom que já me aconteceu e ainda vai acontecer.
Perto da realidade humana, eu só tenho motivos para sorrir e agradecer. E, claro, aspirar através de projetos e ações, que terceiros construam suas histórias com a felicidade com que eu estou escrevendo a minha desde 1981.

Nessa escada que a vida colocou diante de mim, por vezes é preciso descer um degrau, tropeçar, perder o equilíbrio ou interromper a caminhada. Mas, em seguida, reunir forças e seguir em plena confiança até o topo que minhas limitações permitirem. Sempre com a certeza de que tenho muito mais motivos para sorrir do que para reclamar.

Enfim, dias felizes, felizes dias. Sejam bem vindos novamente! Vocês estavam aí o tempo todo e eu insistindo em não enxergá-los. Perdoem-me. Mais um recomeço se avizinha. Desta vez, vamos juntos, dia após dia, tijolo atrás de tijolo, obstáculo a obstáculo, compartilhar experiências e a vida.

E é assim que eu quero continuar a minha história: com dias felizes.

Valeu!

Nota de rodapé: a fragilidade humana fica tão evidente diante de um problema de saúde ou de limitações que uma doença ou uma cirurgia impõem a você, que acabamos reavaliando tudo e reposicionando objetivos e nosso próprio "lidar" com o mundo, com Deus e conosco mesmo.




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