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sábado, 21 de dezembro de 2013

A vida em 365 dias

O que dizer deste ano?



Para muitos, um ano como outro qualquer.

Mas, para mim, sem dúvidas, um ano especial, talvez um dos melhores que já tive.

E olha que a expectativa sobre ele era quase que nula.

Na verdade, se você me perguntasse há um ano o que eu esperava ou queria de 2013, minha resposta seria simples e objetiva:

"- Eu quero ter saúde, viver e aproveitar todos os momentos ao lado daqueles que eu amo".

Mal comecei a escrever e lágrimas escorrem pelos meus olhos, confirmando a tese de que ogros podem chorar.

Mas, lágrimas à parte, fato é que ao relembrar os acontecimentos dos últimos doze meses, nesse giro de 180 graus que minha vida deu, impossível não me emocionar.

De um cenário pessimista, repleto de dúvidas e incertezas ao momento de agradecimento pelas glórias alcançadas.

Um ano de renascimento, ressurgimento, reerguimento, reinvenção e amadurecimento.

E em todos estes momentos, encontrei no amor da minha esposa, da minha mãe, do meu irmão, dos meus tios e amigos, o combustível que renovava minhas energias e me impulsionava rumo ao topo.

Sozinho eu não teria tido forças para superar cada obstáculo colocado diante de mim. Aliás, sozinho ninguém pode ser feliz nesta vida. E, graças a Deus, eu tenho preenchido dentro de mim todos os espaços com o amor de vocês, o que faz de mim uma das pessoas mais felizes no planeta.

E o que aconteceu em 2013?

Vou apenas enumerar alguns dos fatos ocorridos, pois os detalhes de cada experiência vivenciada eu estou relatando no projeto de livro pessoal em desenvolvimento.

- o laboratório concluiu pela análise de material retirado na cirurgia que o tumor era benigno;
- adquiri o título de "sócio patrimonial" no Flamengo e, timidamente, comecei minha vida política no clube;
- montei meu escritório de advocacia, desenvolvendo desde então um projeto sério;
- recebi homenagem dos meus alunos na UniverCidade pela minha postura em sala de aula;
- fui convidado para retornar a trabalhar em um curso jurídico; 
- perdoei e fui perdoado por pessoas que magoei no passado;
- casei com a mulher da minha vida;
- experimentei a intensidade e a pureza do amor que minha mãe e meu irmão sentem por mim;
- fui aprovado na residência jurídica da UERJ, primeiro passo de um projeto maio (mestrado);
- conheci duas cidades que desde pequeno tinha o sonho de conhecer (NYC e Cape Town);
- minha esposa está grávida do meu primeiro filho;
- vi o Flamengo ser tricampeão da Copa do Brasil e dois rivais serem rebaixados (dane-se o STJD);

E lembrar que tudo isso aconteceu depois que eu passei meu último reveillon em um quarto de hospital, recém operado e diagnosticado com um tumor maligno perto do meu rim esquerdo. Ali, naquele momento, eu tive muito medo. Medo de causar dor e sofrimento a quem me ama. Medo de não ter feito nada e ser esquecido. Medo de não realizar meus sonhos. 

E hoje, doze meses depois, estou celebrando a vida, agradecendo as dádivas alcançadas, plenamente recuperado do susto, equilibrado emocional e espiritualmente, e o melhor: vivendo a expectativa do nascimento do meu primeiro filho, cujo nome será em homenagem ao meu pai, minha eterna referência e meu incansável anjo da guarda.

Hoje sou uma pessoa mais confiante, madura e segura do que quero para mim e do que esperar da vida. Tenho ciência de que nem sempre será possível gozar somente de bons momentos. Mas, sei que posso extrair boas lições de momentos ruins e que não posso perder a fé, o equilíbrio e a tranquilidade diante de uma adversidade. Estou aqui em um processo de evolução e as vezes a dor é inevitável para tanto.

Agora, se o plano espiritual estiver lendo esse meu texto, gostaria de fazer um pedido especial: que venham novos 2013 daqui em diante! Muito obrigado por tudo!

Valeu, 2013!

Feliz 2014 a todos!



Nota: ao escrever esse texto, acabei me lembrando de uma música que era cantada durante as missas na minha época de aluno marista no Colégio Marista São José, na Tijuca (Rio de Janeiro), e que retrata um pouco este momento (além de bater um saudosismo imenso da época de colégio...).






quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dias Felizes

Um minuto da sua atenção, por favor. Ok, talvez leve mais de um minuto, mas não deixe de ler esse texto e refletir ao final, combinado?
 
Hoje vou falar um pouco sobre situações que aconteceram comigo na minha vida, mas, é possível que você se identifique com o que eu vou escrever aqui.

Houve uma época em que eu gastava parte do meu tempo e da minha energia reclamando da vida. Quase sempre me julgando no direito de ter esse tipo de postura e comportamento. E "ai" de quem se atrevesse a dizer o contrário.

Reclamava de mim, do trabalho, das pessoas que conhecia e daquelas que não conhecia, dos meus familiares, dos dias ensolarados, das chuvas, das dores pelo corpo, das dívidas, dos planos abortados, de políticos, dirigentes, enfim, de tudo que respirasse ou que diante de mim não seguisse uma linha que eu reputava ser a adequada ou que atendesse a minha expectativa.

Até que alguns segundos de lucidez me permitiram perceber o egoísmo daquele meu comportamento e a injustiça com que eu lidava com tudo que acontecia comigo na minha vida.

Refletindo sobre aquele meu comportamento, concluí que na verdade tal postura representava uma alternativa covarde para justificar frustrações, medos e receio de batalhar pela minha felicidade, pelos meus sonhos, pela minha evolução enquanto homem e espírito.

Por mais obstáculos que o destino tenha colocado diante de mim, o que certamente não é algo de minha  exclusividade, jamais eu poderia ter tratado como regra aquilo que na minha vida sempre foi exceção: dias ruins.

Eis a constatação: a sucessão e a repetição de bons momentos fizeram com que eu me tornasse cego àquilo que dia após dia acontecia de bacana na minha vida, passando a me importar tão somente com as exceções, com os desvios que todos nós temos ao longo da estrada da vida.

Pois é, complexo e contraditório. Mas, quando você percebe isso, sem dúvidas, é um divisor de águas na sua vida.

E, com os olhos tapados diante do óbvio, durante um bom tempo carreguei comigo a premissa equivocada de que os bons momentos são naturais e inerentes a todos os seres humanos e que por esta razão eu tinha o direito de me insurgir contra as derrotas e os maus momentos que a vida me apresentou.
E foi assim que simplesmente deixei de agradecer por ter nascido saudável, por ter estudado em um bom colégio, por ter tido pais maravilhosos, pelo irmão fantástico que tenho, por gozar de boa saúde desde sempre, por ter feito e cativado os melhores amigos que alguém poderia ter, por ter encontrado um grande e verdadeiro amor, pelas viagens e festas inesquecíveis, pelas vitórias esportivas, acadêmicas e profissionais, pela valiosa lição das derrotas, pelos recomeços, pelos perdões que me foram dados, e por muito, muito mais.

Não se pode comparar a regra com a exceção. Esta jamais terá o condão de suprimir tudo aquilo de bom que já me aconteceu e ainda vai acontecer.
Perto da realidade humana, eu só tenho motivos para sorrir e agradecer. E, claro, aspirar através de projetos e ações, que terceiros construam suas histórias com a felicidade com que eu estou escrevendo a minha desde 1981.

Nessa escada que a vida colocou diante de mim, por vezes é preciso descer um degrau, tropeçar, perder o equilíbrio ou interromper a caminhada. Mas, em seguida, reunir forças e seguir em plena confiança até o topo que minhas limitações permitirem. Sempre com a certeza de que tenho muito mais motivos para sorrir do que para reclamar.

Enfim, dias felizes, felizes dias. Sejam bem vindos novamente! Vocês estavam aí o tempo todo e eu insistindo em não enxergá-los. Perdoem-me. Mais um recomeço se avizinha. Desta vez, vamos juntos, dia após dia, tijolo atrás de tijolo, obstáculo a obstáculo, compartilhar experiências e a vida.

E é assim que eu quero continuar a minha história: com dias felizes.

Valeu!

Nota de rodapé: a fragilidade humana fica tão evidente diante de um problema de saúde ou de limitações que uma doença ou uma cirurgia impõem a você, que acabamos reavaliando tudo e reposicionando objetivos e nosso próprio "lidar" com o mundo, com Deus e conosco mesmo.