Pesquisar este blog

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Afinal, o que querem os homens?

Mulheres do meu Brasil, sejam bem vindas ao meu blog! Sim, com um título desses eu tenho plena convicção de que o público feminino acessará em massa este blog atrás da resposta para essa simples pergunta: afinal, o que querem os homens?
Reparem só na covardia que é feita desde que o mundo é mundo. Seja alto ou pequeno, magro ou gordo, forte ou fraco, feio ou bonito, chato ou engraçado, o homem carrega com si um rótulo de cafajeste, safado, galinha, mulherengo, imaturo, não importando o que ele faça ou deixe de fazer. Não há presunção de inocência. Na dúvida, o sujeito está no erro. "O sistema é foda, parceiro".
Se o cara está sossegado, na dele, o crédito é todo da namorada ("atrás de todo homem há uma grande mulher"). Não adianta você ser o príncipe encantado, o homem da vida dela em 99% do tempo se naquele 1% que sobra você, mesmo sem intenção, pisa na bola (e olha que não necessariamente isso precisa envolver assunto de traição). Pronto, logo se torna o pior homem do mundo, digno de prisão perpétua ou pena de morte! Geralmente é assim que a sociedade trata o indivíduo. Do céu ao inferno em questão de alguns míseros chopps com a rapaziada da época de colégio e faculdade naquela quarta-feira chuvosa ...

Enquanto o mundo inteiro se preocupa em desvendar os enigmas do universo feminino (programas de tv, revistas de fofoca etc.), o que diga-se de passagem é algo inócuo e sem sentido, já que a satisfação feminina é algo mutável e que varia de acordo com as fases da lua ou o ciclo menstrual, ninguém se preocupa em saber o que de verdade querem os homens, não é mesmo?

Vou polemizar aqui neste espaço virtual sustentando que essa dificuldade existente nos relacionamentos quase sempre decorre por culpa exclusiva das mulheres (pronto, serei profanado aqui pelo universo feminino, mas como diria um amigo meu, "quem fala a verdade não merece castigo)!
Calma mulherada, já vou defender esse ponto de vista (reparem que usei o verbo "defender", ou seja, já estou partindo da premissa que estou cometendo um erro ao proferir essas palavras, é mais ou menos assim que funciona no dia-a-dia com os homens em relação às mulhers)!

Quando o assunto é relacionamento, a gente vive escutando por aí que homens e mulheres são iguais, têm os mesmos direitos e tal, não é verdade? Na teoria, isso é lindo. Como tema de redação em prova do colégio, concurso público ou em processo seletivo de empresa privada, funciona que é uma beleza. Mas a mim não engana. No fundo, trata-se de uma falácia defendida por mulheres que tentam justificar um comportamento degradante perante a sociedade como forma de se eximir da culpa pela existência cada vez maior de homens canalhas. Reconhecer a diferença entre homens e mulheres é o primeiro passo para um relacionamento dar certo. Juro que vocês concordarão comigo um dia. E olha que não precisa ser hoje ...

Em algum momento da sua vida, sentado em alguma mesa de mar, você deve ter ouvido falar que o homem é criado para ser o pegador nato, o predador, que se ele fica com 5 mulheres na mesma noitada é o conquistador do pedaço, mas se a mulher faz a mesma coisa ela é uma piranha, não? Que enquanto a mulher é educada para casar, ter filhos, construir uma família, o homem é educado para conquistar tudo e todas, certo? Atire a primeira pedra em mim quem nunca ouviu isso (ok, se for para atirar, escolha uma pedra pequena, por favor)!

O que as pessoas se esquecem é que o homem não é educado apenas por outro homem. Muito pelo contrário. Na maior parte da formação de seu caráter, ele está sob a influência da mulher (mãe, avó, babá da creche, tia do maternal, professora da escola e do curso de inglês etc.). O que isso quer dizer então, cara pálida? Que estou quebrando paradigmas? Destruindo as bases que sustentavam o ódio que você carrega daquele ex-namorado? Calma, também não é só isso. Aqui, você precisa enxergar o óbvio: no curso da educação masculina, a mulher exerce um papel muito importante e se o produto final apresenta defeito, significa dizer que o machismo que impera em nossa sociedade é cultural e algo também suportado e tolerado pela mulher. Mudar esse cenário exige tempo, paciência e vontade, o que sinceramente não vejo muito hoje em dia nas mulheres. É mais fácil fazer o papel de vítima e injustiçada, sabe ...
Olhem só na incongruência dos fatos. Na fase pré relacionamento (conhecido popularmente como rolo ou me enrola que eu gosto), a mulher é paciente, se diverte com todos os amigos idiotas do cara, não esquenta se ele prefere assistir ao jogo da Fiorentina pelo campeonato italiano da série B naquele domingo ensolarado ao invés de encontrá-la ou mesmo não liga se ele convida todos os amigos para um campeonato de winning eleven sexta-feira a noite na sua casa, com direito a muita cerveja e as repetidas histórias dos tempos de colégio e faculdade. Ela sabe que ele tem três ex-namoradas pegajosas, mas parece não se importar. Para as amigas, é capaz de rasgar elogios aos defeitos do sujeito. Mas vem o relacionamento propriamente dito (para alguns, um tal game over) e aí o buraco é outro. O primeiro passo dado é transformar aquele sapo pelo qual ela se apaixonou por um príncipe encantado chato e totalmente diferente daquele que conhecera. Interfere na escolha da roupa, nos programas que farão juntos, reclama contigo do torpedo que você recebe da ex pelo seu aniversário, encrenca com boa parte dos seus amigos e duvida que realmente você foi jogar bola com a rapaziada naquela quarta-feira a noite. Se lhe falta atenção naquele corte de 1 dedo e meio no cabelo você deixou de notá-la. No único domingo do mês que você deixa transparecer que prefere ficar ir ao Engenhão ver o jogo do seu time contra o Nova Iguaçú a fazer um programa com ela e/ou a família dela, ela vem e diz que você está diferente, mudado, que não a ama mais. Tudo isso desemboca, por fim, na fase pós relacionamento, onde muitas vezes você é o pior homem do mundo e ela não sabe como e por que se apaixonou "por um cara tão egoísta, babaca e descontrolado".
Que difícil essa coisa de relacionamento ...

Ouço muita reclamação de amigo meu no sentido de que se eles tivessem ficado ou transado com a metade das mulheres com quem suas respectivas implicam ou juram que você já "conheceu a fundo", eles seriam os mestres da indústria de entretenimento ou cinema pornô.

Mas calma aí mulherada. Vou ajudá-las com algumas dicas para vocês não assustarem os homens, tudo bem? E não precisa me agradecer me apresentando alguma amiga. Faço tudo isso pelo bem da sociedade e para não ter que ouvir mais reclamações no meu ouvido toda vez que me encontro com a rapaziada.

Essas dicas poderão ser valiosas para um relacionamento menos conturbado e consequentemente, mais duradouro e feliz. Tenham plena certeza de que a observância dessas regras provocará nos seus homens, no mínimo, uma maior consideração e admiração, além de uma dose extra de respeito e reflexão se de fato, você é a mulher da vida dele, candidata a mãe dos filhos dele e com quem ele poderá dividir e compartilhar suas fraquezas, suas angústias, suas alegrias e realizações, enfim, sua vida.
Saibam, antes de mais nada, ainda que se diga o contrário, que todo mundo precisa de alguém. É assim desde que o mundo é mundo. Rechaçar essa idéia é contrariar a própria natureza humana. O barato da vida é ter alguém do lado para compartilhar as experiências vividas. Mas, a escolha de quem estará do nosso lado precisa e deve observar alguns limites mínimos, sob pena inviabilizarmos a nossa própria existência enquanto homens e mulheres.

1) A função social do chopp com os amigos. Desde que não seja na sexta ou no sábado, não há mal algum "permitir" que o sujeito beba um chopp com os amigos. O exercício da liberdade é essencial para sobrevivência de um relacionamento. Você também tem direito a tomar chopp com as suas amigas. Só não precisa ser em nenhuma boate ou festa. O momento do chopp com a rapaziada é sagrado. A medida que os anos passam, as responsabilidades da vida (trabalho, filhos etc) acabam reduzindo os momentos ao lado de amigos. Essa é a função social do chopp: amenizar um pouco a saudade da liberdade propriamente dita, amenizar a ausência diária dos amigos, relembrar repetidas histórias de colégio e faculdade, sacanear (no bom sentido) os amigos, falar besteira sem preocupação de agradar fulano ou ciclano. Um chopp renova a alma, revigora o sujeito. Pode reparar, se você não implicar com esse chopp, no dia seguinte ele estará muito mais amável, compreensível e atento a você.

2) A pelada de futebol durante a semana. Porra, a gente mora no país do futebol. O cara já nasce jogando bola no berço de bebê. É atividade de uma vida inteira. Aliás, o homem, mesmo no caso de perna de pau como eu, que nunca jogou bola, você deve estranhar. Ou não teve infância ou se preocupou com outras coisas que o desvirtuaram do caminho da luz. E a importância da pelada de futebol durante a semana pode ocorrer sob três prismas: (i) saúde (afinal, trata-se de uma atividade física, que trabalha todos os músculos do corpo); (ii) psicológica (faz o indivíduo ter a sensação de sua infância e adolescência estão de volta) e; (iii) social (basta lembrar que durante uma peladinha, o cara reencontra os amigos e põe em prática todos os valores morais e sociais aprendidos ao longo da vida). Saiba a senhorita que o homem que não vai ao futebol da rapaziada é marginalizado. Isso pode se reverter contra você, cuidado! E sim, depois do futebol é capaz de rolar uma rodada de cerveja. E é óbvio que o horário da pelada é sempre no final da noite. Não é fácil reservar um horário cedo nesses campos de futebol soçaite. Além do mais, se você marca cedo ninguém chegará no horário por causa do trânsito, do expediente no trabalho etc.

3) Futebol na TV aos domingos. Trata-se de um ritual secular. O avanço da sociedade trouxe os canais de tv fechada e seus programas esportivos e jogos de futebol do mundo inteiro. A qualquer momento, em qualquer partida, pode surgir um novo Pelé, um novo Zico. Ter conhecimento do que acontece no mundo do futebol reforça os dois itens acima. E perca de vez a ilusão de que visitar família, passear no shopping ou ir ao cinema faz o sujeito mais feliz do que ficar em frente a tv no domingo a tarde assistindo uma partida de futebol. Seja esperta e marque o programa de domingo depois do futebol. Mas se o time dele perder ... aí você terá um problema.
4) Não enriqueça as empresas de telefonia móvel. O homem gosta de receber um torpedo carinhoso da mulher que ele ama. Mas não o faça esperando receber um de volta. Ele gosta de se sentir amado, protegido e cuidado. Mas, não VIGIADO. Procure ligar somente quando for estritamente necessário. Por exemplo, não ligue para ficar de conversinha mole. Isso você faz ao pé do ouvido quando estiver a sós com ele. Aceite que ele possa ir ao mercado ou à padaria sem levar o celular. Acredite quando eu digo que se você liga 3 ou 4 vezes por dia, o humor dele já muda só de ler o seu nome na tela do visor do celular. Homem nenhum gosta de se sentir vigiado ou sufocado. Liberdade na medida certa. DR´s devem ser tratadas em conversa pessoal e não por telefone.

5) Todo mundo tem passado. Mas você não precisa saber o dele nem ele o seu. Elementar, meu caro Watson. Se o passado dele ou o seu não estiver interferindo ou atrapalhando o seu presente, melhor coisa a fazer é não conhecer o dele e vice-versa. Principalmente pela visão machista de que o homem quer ao seu lado uma dama para sociedade e uma puta entre quatro paredes. Não é legal você revelar suas histórias e farras da época de solteira com as suas amigas, bem como ficar antenada nas conversas dele com os amigos. O que se viveu está vivido, não se volta atrás. O relacionamento a dois já é algo naturalmente difícil, você não precisa dificultar ainda mais as coisas né? A única coisa que se exige sobre o passado é respeito no presente. Havendo isso, o resto não importa. Ou você acha que vai encontrar seu príncipe encantado com 25, 30, 35, 40 ou 45 anos praticamente virgem e candidato a santidade papal? Por favor, sem hipocrisia ou demagogia. Saiba também que o homem não gosta de saber o passado da mulher porque ele se sente vulnerável e vê que você foi feliz em uma época em que ele não existia na sua vida. Isso é o fim para um homem. Ah, ainda que ele quisesse ter sido, o cara antes de te conhecer não foi o galã irresistível que você jura de pé junto que ele foi.

6) Preserve o espaço dele e a família. Deixe que ele direcione o grau de invasão que você fará na vida dele. Uma mulher que respeita o momento e o espaço do sujeito ganha muitos pontos. E tem esse lance da família. A não ser que você seja muito novinha e não esteja pensando ainda em casamento e tal, aceite que a família dele estará sempre presente, mesmo depois da morte. Faça dos pais e irmãos dele seus aliados. Não seja burra, de inimiga já basta a mulher do outro. Qual família não tem aquele chato ou aquela megera? Família é tudo igual, só muda endereço e a intensidade da dor de cabeça. Se você bater de frente, está dando a chance dele usar a família como justificativa para terminar a história de vocês.

7) Cuidado ao dizer "eu te amo". O ser humano é muito volúvel em seus sentimentos. Ontem amava, hoje odeia, amanhã é indiferente. Nenhum homem do mundo vai para a noitada pensando em conhecer a mulher da vida dele. Inclusive, mesmo quando está saindo com alguém, ele não o faz com a idéia de encontrar a mulher mais espetacular da face da terra. Não se iluda. Você sabe o que ele quer no fundo. Na maioria das vezes, a mulher conquista o cara pela insistência, pela perseverança. Devagar e sempre. Cuidado então quando for dizer "eu te amo" para ele. Primeiro, só diga se isso for realmente verdade. E escolha o momento certo de dizer isso. E saiba, é difícil acreditar nisso quando é dito 1 mês depois que vocês se conheceram. O homem sabe quando a mulher o ama de verdade. Você não precisa nem dizer. Agora, se ele for verdadeiro e disser que te ama, você terá do seu lado alguém capaz de tudo por você. Cuidado então, não abrevie fases no seu relacionamento ...

8) Ceder é uma coisa. Tentar transformá-lo é outra coisa completamente diferente. Um relacionamento não sobrevive sem concessões recíprocas. Muitas vezes você cede sobre um determinado ponto em prol da sobrevivência e felicidade do casal, mesmo quase sempre não concordando com aquilo. Mas, a concessão não pode ser regra no relacionamento e sim exceção. As mulheres pecam justamente por considerar a concessão como regra. No dia que o cara dá o grito de liberdade, ela estranha e não entende nada. Ingenuidade sua achar que depois de 20, 30 anos agindo da mesma forma, você conseguirá mudá-lo em cinco meses que estão juntos. Primeiro, ele não quer. Segundo, você não vai conseguir. Terceiro, não foi por essa nova pessoa transformada por quem você se apaixonou. Tudo em um relacionamento deve ser conversado, dialogado. Mas se conforme com a idéia de que você não o transformará em um príncipe encantado do seu conto de fadas. Isso aqui é vida real, o buraco é outro. Da próxima vez, veja se você se apaixona por uma pessoa mais parecida contigo.

9) Não dê publicidade da briga de vocês às suas amigas. Se a briga não for definitiva, evite comentar ou emitir juízo de valor sobre esta com as suas amigas. É constrangedor. Depois, você vai querer que ele fique todo sorridente e educado naquele programa furada que você o leva para sair com as suas amigas. Homem odeia isso. Problemas no relacionamento se resolvem a dois e não a 7, 8 ou mais pessoas. É muito difícil você ver um homem comentando da briga de vocês com outro homem. Se e quando faz, é porque já vislumbra a hipótese de terminar de vez o relacionamento contigo. E na boa, não lembro de um caso sequer no qual os conselhos das amigas contribuíram para melhoria, maturidade e crescimento do relacionamento. Pelo contrário, as vezes a mulher se deixa levar pelas amigas e desanda a fazer cagada (perdão pela pobreza literária do texto).

10) Não desconte a raiva com a TPM nele. O homem jamais entenderá o que é ter TPM, desista. Mas, ele saberá dosar as atitudes no período que você estiver em uma, desde que a sua não dure 28 dias (ignorância é foda, são 28 dias mesmo?). Esse é o máximo que você pode esperar dele. Se a natureza foi sábia e deu a mulher a responsabilidade por suportar esse ônus, não transfira ou penalize a raça masculina. Saiba também que o homem detesta quando você justifica todas as suas atitudes incoerentes e desproporcionais à TPM da semana passada. Há homem inclusive que conta o ciclo menstrual para saber se a justificativa condiz com a realidade, então tome cuidado. Uma hora sua casa vai cair!

Não sei se consegui responder a pergunta do texto. Mas, o que todo homem quer é paz, sossego, compreensão e alguém que venha para somar, nunca dividir ou subtrair. Palavras se perdem ao longo do caminho, mas suas atitudes darão o sentido do que é ou foi o seu relacionamento, então procure agir dosando emoção e razão. O equilíbrio em tudo na vida é receita para o sucesso.

Mas, lembrem-se, não adianta seguir toda essa cartilha se isso não vai te fazer feliz ou se isso contraria os seus princípios. Não adianta o relacionamento estar bom apenas para uma das partes. E observar todas as dicas acima não significa que você terá sucesso na relação. O homem, por natureza, é um ser babaca, capaz de magoá-la com coisas simples e bobas. É por isso que eu costumo dizer que a felicidade de alguém deve começar e terminar nela mesma. Tornar sua felicidade refém da existência de outra pessoa ou de um relacionamento é um tiro no pé, seja porque as pessoas hoje em dia estão cada vez mais egoístas quando o assunto é relacionamento, seja porque você precisa querer algo maior para sua vida. Ninguém pode vir ao mundo para ser infeliz.
E vocês, afinal, o que querem Dos homens?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Fórmula da Felicidade

De imediato, lanço a indagação: o que é felicidade? Se você repetir esse questionamento a um grupo de 100 pessoas, por exemplo, é bem provável que você obtenha 100 respostas diferentes, mas que igualmente retratem parte do que venha a ser essa tal felicidade.
E não pense que se trate de um assunto sem maior importância à sociedade. Muito pelo contrário. Apenas para você ter uma ligeira noção da complexidade e da seriedade com que esse tema é tratado, devo informá-lo que tramita em Brasília proposta de emenda constitucional objetivando inserir no rol dos direitos e garantias fundamentais de nossa constituição federal "o direito de ser feliz", seja lá o que isso queira dizer, até porque não entra muito na minha cabeça a idéia de que alguém viva para ser infeliz, embora, lamentavelmente, haja pessoas maldosas neste mundo que parecem viver para infernizar a própria vida e a alheia, não é mesmo?
A angústia que carregamos diante da dificuldade de conceituar concretamente o que venha a ser a felicidade é natural, afinal, nós seres humanos nos preocupamos muito mais em rotular tudo aquilo que nos cerca a realmente nos permitir conhecer e viver de fato tudo o que deve ser verdadeiramente vivido.
Veja, você não é obrigado a concordar comigo. Até porque a unanimidade sobre um assunto empobrece ou aniquila qualquer discussão sobre o tema. Sendo assim, sugiro um pouco mais de boa vontade de sua parte. Permita-se pensar comigo aqui alguns pontos, ok? Então vamos lá.
Felicidade é ter dinheiro? Alguns dirão que sim, outros rechaçarão a idéia. Será que viajar para todos os cantos do mundo, ter as melhores roupas, hospedar-se nos hotéis mais luxuosos ou frequentar as noitadas mais badaladas do planeta não traz a tal da felicidade? Os meios de comunicação provam quase que diariamente que ter dinheiro não é sinônimo de felicidade. Pelo menos não totalmente. E olha que eu mesmo conheço muita gente que não tem um centavo no bolso e que posso garantir que vive em uma felicidade ímpar ...
Então, felicidade é ter saúde? Sem dúvida alguma, ter saúde e poder levar uma vida digna é uma benção. Mas, veja o meu exemplo. Há alguns anos convivo com algumas lesões sérias que tiram muito do meu humor, muito da minha paciência, mas, eu diria que ainda assim, eu gozo essa bendita felicidade em vários momentos da vida, inclusive naqueles em que minha saúde se encontra debilitada. Logo, ter saúde simplesmente não preenche completamente o conceito de felicidade.
Ah, já sei! Felicidade é ter do nosso lado alguém que amamos e nos ame de verdade! Bem, pode até ser. Mas, se fosse apenas isso, talvez não existisse tanta traição por aí. Se eu sou feliz com você e vice-versa, se um preenche o outro, por que vamos atrás de algo além da felicidade? Complicado né, eu mesmo já não sei em que ponto vou chegar nesse texto. Muito confuso. Platão e Aristóteles a uma altura dessas, devem estar travando um grande duelo no mundo espiritual para ver quem primeiro chega à resposta mágica!
Como estudante já traumatizado com as trinta e cinco mil teorias adotadas pela doutrina e jurisprudência e cobradas nos concursos públicos da área jurídica e pelos cento e noventa mil princípios que existem em nosso ordenamento jurídico, resolvi desenvolver aqui neste espaço a minha própria teoria, gostem ou não.
Chama-se a Teoria Plena da Felicidade Abstrata. Não me perguntem o que isso quer dizer e de onde eu tirei esse nome. Mas, neste momento, está fazendo muito sentido aqui para o tico e teco que habitam esse vazio que costumo chamar de cérebro.
Por esta teoria, eu defendo a idéia de que a felicidade comporta diferentes graus de exteriorização no ser humano, sendo perfeitamente possível mensurá-la, senão vejamos.
Imagine aquele indivíduo que terminou um relacionamento de 4 anos e que resolveu fazer uma noitada com amigos. O idiota resolve viver os 4 anos em uma única noite, bebendo tudo o que pode e não pode. Ri de tudo, de si mesmo e acha engraçada e interessante toda e qualquer mulher que conhece durante a noite. Fica com duas, pega telefone de outras três e para o resto da boate diz não saber como pôde perder tanto tempo da vida dele ao lado de uma mulher. Quem nunca presenciou uma situação dessas? O sujeito vai sair da boate, entre tropeços e anseios de vômito, considerando-se o cara mais feliz do mundo, detentor da maior felicidade que já alguém experimentou na vida. Sabe o que é isso, leitor? Felicidade Aparente. Porque da mesma forma que ela veio com o álcool e a pilha errada dos amigos, ela vai embora na ressaca física e moral do dia seguinte. E sóbrio, você vai se lembrar que a gatinha da noite anterior nem era tão gatinha, muito menos a mulher mais interessante do mundo. No fundo, a felicidade se transforma em dor, você se vê infeliz. A máscara cai meu camarada e aí haja paciência contigo, porque você se torna a pessoa mais chata do mundo para os seus amigos e para quem está perto de você.
Vejamos um outro caso. Você, formado(a), resolve encarar o mercado de trabalho e ganhar o seu próprio dinheiro. Escolhe sua melhor roupa e vai para aquela entrevista de emprego. Durante a mesma, você traça um perfil que quase sempre lembra alguém ... que não é você. Fala o que o patrão do outro lado quer ouvir. Promete abdicar sua vida pessoal em prol da empresa, que seu dia na verdade tem 36 horas e você não precisa dormir e comer porque é um super dotado com poderes especiais. O emprego é seu, você liga para meio mundo, coloca 37 mensagens no facebook ou orkut e sai para comemorar essa grande façanha. O que é isso? Felicidade Passageira ou Temporária, afinal em poucas semanas ou meses, você descobrirá que aquelas mentiras ingênuas ditas ao seu patrão se transformaram no seu calcanhar de aquiles. Você sentirá fome o dia inteiro, ganhará muitos quilos comendo em fast-food, perderá a noção de tempo e espaço, achará a sua rotina, o produto do seu trabalho chato, que não estudou para fazer só aquilo; que o trabalho do colega de faculdade é muito mais interessante e que o seu salário desaparece em velocidade superior a da luz. Logo, ir ao trabalho se tornará um tormento na sua vida. Você lançará currículos no mercado e rezará todos os dias para que alguma coisa mude.
E por fim, há uma terceira modalidade de felicidade, a tal da Felicidade Real. Acho que é nessa vertente que deveríamos nos preocupar mais. A felicidade real é aquela que ocorre nas coisas mais simples até as mais complexas da vida. Geralmente, é a espécie de felicidade que mais vai te causar dor e alegria, que mais vai gerar dentro da gente uma infinidade de lembranças. A felicidade real exige da gente planejamento, dedicação, concentração, sacrifício e muita luta. Quase sempre ocorre com os objetivos que traçamos na vida. Além, é claro, dos momentos com nossos familiares, da época de colégio e por aí vai. É verdade quando dizem que a felicidade está nas coisas simples da vida.
Observe que seja qual for a vertente estudada, é possível identificar em todas elas um ciclo de início, meio e fim. Isso decorre da complexidade humana, dos sentimentos volúveis que carregamos ao longo da vida. Ontem você amava, hoje você odeia, amanhã você é indiferente. Ontem você quis, hoje você tem, amanhã você abre mão. E assim em diante. Ao final de um ciclo, procuramos sempre aquilo que não temos. A felicidade de ontem não é mais a felicidade de hoje ou amanhã.
O que eu quero dizer é que a felicidade não é algo imutável ou permanente. Ela se renova e ganha novas facetas com o tempo. Nada cai de graça no colo da gente, é preciso perseverar para ser feliz. É preciso se conhecer melhor, identificar e trabalhar os defeitos, potencializar as virtudes, ter coragem, ser destemido, não ter medo de recomeçar sempre que for preciso.
A fórmula da felicidade comporta exceções e múltiplos direcionamentos. Mas cada um trabalha na medida exata para aplicá-la no seu dia-a-dia, de maneira diferente e da forma que lhe convém.
A minha, por exemplo, é simples: FF = A + XX + CRF + $ + (VII/XII/LXXXIII + S + XV/VII/LVI)2.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A cegueira de nossos olhos

Caro Leitor,

Permita-se refletir comigo:

O que há de errado com a gente?

Mais cedo, estive no Engenhão, assistindo a vitória do Flamengo sobre o Botafogo, pela semi-final da Taça Guanabara. Na saída do estádio, caminhando em direção ao Norte Shopping para conseguir um táxi e voltar para casa, quase fui vítima da violência promovida por criminosos disfarçados de torcedores.

Já nas proximidades do Norte Shopping, e a menos de 1 km do Engenhão, cerca de 15 meliantes vestidos com a gloriosa camisa do Botafogo simplesmente se reuniram e correram em direção aos torcedores do Flamengo, iniciando uma série de atos criminosos.

Minha perplexidade se deu principalmente porque a violência cometida não ocorreu contra integrantes de nenhuma torcida organizada do Flamengo. Gente, esses bandidos promoveram verdadeiras cenas de terror contra homens "normais", mulheres, idosos, crianças, não perdoando ninguém entre tapas, socos, chutes e furtos cometidos naquela região ali próxima ao Engenhão. Quem como eu viveu aqueles poucos minutos angustiantes sabe bem o desespero de estar a mercê da própria sorte, pois o Estado, mais uma vez, não se faz presente quando deveria ser o primeiro a garantir e a exigir a manutenção da ordem.

Será que esse tipo de comportamento desses vândalos não é algo notório, capaz de ensejar o mínimo planejamento e trabalho de prevenção e repressão da PM? Quantos precisarão morrer? Quantas crianças terão que se traumatizar para que algo seja feito? Em pleno século XXI e a poucos anos de realizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, não deveríamos passar por esse tipo de coisa.

E depois a dita mídia especializada reclama do fracasso de público no Engenhão. Mas, até que ponto vale a pena arriscar a sua vida para assistir a uma partida de futebol? Não entra na minha cabeça como um estádio daquele foi construído com milhões de reais do dinheiro público sem que houvesse ocorrido uma série de desapropriações nos imóveis próximos ao estádio, sem a mínima ação estatal no sentido de promover meios aptos e satisfatórios para conforto e segurança daqueles que se submetem a pagar um preço salgado do ingresso, muitas vezes se sujeitando a horas intermináveis em filas sob o sol escaldante do Rio de Janeiro. A quem interessa tudo isso? Cadê as vozes de resistência e contrariedade?

É uma vergonha em todos os sentidos.

Por óbvio, não perderei tempo falando mal da torcida do Botafogo. Até porque, se hoje naquele cruzamento o episódio de violência se deu por grupo de torcedores do Botafogo, certamente em lugares não muito distantes dali, bandidos disfarçados de torcedores do Flamengo devem ter promovido ações similares ou até mesmo piores em desfavor de outras pessoas inocentes. A verdade é que bandido não tem time. Maldade não tem cara, escudo, hino ou cor. E o absurdo reside no fato de você sair de casa para se divertir e de repente, ter sua vida interrompida porque um bandido otário pratica um crime e, além da impunidade, há a sensação de inércia do Poder Público em resolver a questão.

Infelizmente, situações como essa de hoje acabam sendo encaradas como coisas do nosso cotidiano. Simplesmente, banalizamos a violência, renunciamos à própria dignidade humana, a ponto de considerar o ponto aqui narrado como algo normal e inerente ao futebol.

É nesse o mundo onde vocês querem viver e criar seus filhos e netos? Eu duvido.

E duvido principalmente porque não apenas no futebol temos essa débil visão para as mazelas que nos cercam. Basta observar que chegamos num ponto em que a degradação do ser humano nos é indiferente. Ou alguém aqui ainda se sensibiliza ao passar por um mendigo na rua? O cara não tem um teto, um agasalho, o que comer, nenhuma perspectiva. Nada. Ninguém para compartilhar histórias, trocar palavras de carinho. A sociedade virou as costas, deu de ombros. E o que fazemos? Atravessamos a rua, abaixamos a cabeça ou simplesmente passamos direto como se nada de anormal estivesse acontecendo.

A crítica ora apresentada também abarca a minha pessoa. Temo em afirmar que trata-se hoje em dia de verdadeira cultura transmitida de geração a geração, ainda que tácita ou indiretamente, por pessoas como eu, você, nosso vizinho etc.

Estamos cegos! "O homem é o lobo do homem", está aí uma frase apropriada e a cada dia mais atual.

Qual seria o caminho de mudança a seguir? Essa é dever apenas das autoridades? A convivência em sociedade, salvação para nossos antepassados, tornou-se uma condenação às gerações futuras? Será que daqui a pouco necessitaremos procurar pela paz e a humanidade somente em documentários e livros de história? O caos se revela tão normal diante dos nossos olhos e isso é uma pena.

Experimente, ainda que minimamente, mudar alguns de seus hábitos. O primeiro é refletir sobre esse tema. Enxergamos o que queremos e não o que pudemos. E isso alimenta um lado ruim da nossa história. A "paes" que esperamos não brota ao acaso. Ela começa a ser construída e conquistada rechaçando o voto tiririca que proferimos nas urnas, afastando do poder esses políticos que são verdadeiras lulas com seus tentáculos devastadores e nefastos. "Dilma" vez por todas, chega da cegueira, chega da omissão, chega da inércia.

Precisamos resgatar um pouco de identidade. Um pouco de humanidade. Que possamos redescobrir nossos valores e o significado da vida.

Enquanto nada muda, agradeço mais um dia de sobrevivência na selva. O pulso ainda pulsa ...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

30 de março de 1999

Boa noite, amigo leitor.

A idéia de criar e manter um blog sobre o Flamengo ficou um pouco de lado. Falar sobre futebol é restringir demais o universo de assuntos a serem ventilados no espaço virtual. Além disso, sou um rubro-negro muito apaixonado, com fortes convicções e isso invariavelmente resulta em acaloradas discussões com os torcedores rivais e na lamentação de minha parte em relação à ignorância futebolística com que se reveste boa parte da torcida do Flamengo e os tais entendidos sobre o assunto.

Inauguro esse espaço hoje para discorrer sobre assuntos do cotidiano, relembrar passagens da minha vida, prestar homenagens a pessoas que as mereçam, enfim, não sei qual será a freqüência com que manterei esse blog atualizado, mas espero que quem aqui resolver se aventurar se satisfaça com a leitura e não a termine prometendo nunca mais retornar ao blog.

Hoje, falarei sobre algo fantástico que me aconteceu ontem. Não deve ser difícil imaginar que desde moleque, sempre gostei de escrever. Não estou falando que exerço essa tarefa com louvor e primor técnico avançado. Mas, escrever sempre foi um caminho que encontrei para apaziguar um pouco a aflição da minha alma e uma maneira diferente de colocar no papel (hoje em dia, na tela do monitor) alguma coisa que pudesse fazer a diferença no mundo, nem que fosse apenas para mim.

Quando adolescente, não havia email, twitter, orkut, facebook etc. E olha que não tem muito tempo assim que fui um adolescente (bem, na verdade, já faz um tempinho, mas façamos de conta que ainda sou jovem nos dias de hoje). Um sujeito como eu se via obrigado, caso quisesse escrever para amigos, perder longas horas com caneta e papel na mão, além de se dirigir a um posto dos Correios para enviar cartas. Hoje tudo é mais fácil, mas sei lá, só quem recebia cartas sabe o efeito e o prazer que isso causa na gente. Com risadas, lembro que escrevia no verso dos envelopes "carta social" para pagar R$ 0,01 pela postagem! Fato que se tratava de uma era mais romântica das correspondências ...

Pois bem, como disse acima, ontem aconteceu algo fantástico. Já era noite e eu estava conectado na Internet quando o meu celular tocou. Do outro lado da linha, uma amiga minha da época do Colégio Marista me disse que tinha encontrado uma carta que lhe escrevi em 30 de março de 1999, quando estávamos no terceiro ano e me perguntava se poderia ler trecho da mesma.

Na hora concordei. O que será que escrevi há 12 anos atrás para ela? Curiosidade falou mais alto, claro. E a medida que ela lia, alternávamos gargalhadas, comentários e até lágrimas. Era como se naquela época eu tivesse uma bola de cristal e pudesse prever como seria a nossa relação 12 anos depois. Impressionante!

E aquilo me provocou uma reflexão, principalmente porque na aludida carta, mencionei o nome de meia dúzia de colegas de turma que jurava jamais me afastar. O que deu errado com relação a essas pessoas? Mesmo pensamento apliquei para os colegas de turma da FND. Como as coisas fogem ao controle da gente e a vida se encarrega de afastar aqueles que um dia foram essenciais, que por muitos anos dividiram diariamente sonhos, alegrias, tristezas e angústias, não é mesmo?

Será que há uma razão para isso tudo? É culpa de quem? Ao longo da vida conhecemos e fazemos amizades na mesma velocidade com que as abandonamos. Pense na quantidade de homens ou mulheres com que você se relacionou. Quantos desses rolos você namorou? Ok, não precisamos ir muito além, com quantos desses você lembra o nome ou sabe de algo marcante que tenha acontecido com essa pessoa nos últimos tempos?

Gostamos de viver em sociedade, mas somos na essência um ser solitário. Perdemos muito tempo com bobagem e perdemos a chance de cultivar uma amizade que pode te render bons frutos hoje e sempre. Afinal, pais, irmãos e parentes não escolhemos. Mas, um amigo somos nós quem escolhemos.

Lamento por todos aqueles que ficaram pelo meio do caminho. Uma pena hoje não ter o carinho e a intimidade de outrora com essas pessoas. Abro arquivos de fotos no computador ou vejo álbum de fotos nas prateleiras do meu quarto e tenho a percepção de quantas pessoas simplesmente sumiram ou se tornaram indiferentes. É uma pena. Porque a amizade é algo que te conforta em todos os momentos e não deixa de ser um reflexo de quem você é ou foi nessa vida.

A minha sorte é que, dentre tantas pedras no caminho, construí até aqui ótimas amizades com pessoas especiais. E para essas pessoas, a sensação como a que tive ontem é inigualável, impagável, indescritível. Quando havia de tudo para dar errado e quando muitas eram as dúvidas, a verdadeira amizade sobreviveu a isso tudo. E o melhor: vive a sua melhor fase hoje em dia.

Certamente um dia terei esposa e filhos. Mas para sempre vou querer os meus amigos pertos de mim. Pois foram, são e serão eles o alicerce e a chama que me manterão vivos e na luta diária para superar os desafios da vida.

30 de março de 1999, uma data que entrou para a história.

Obrigado por você existir.