Hoje é dia de declaração de amor.
Minhas amigas, vão achar "fofo". Meus amigos, vão me chamar de "manso", dentre outros carinhosos apelidos. Quem não me conhece (afinal, o blog tem recebido visita de todas as partes do mundo), bem, quem não me conhece eu não faço idéia do que pode achar.
Mas, ao final, o que interessa é o seguinte: Eu te amo, "Lucy".
Engraçado, parece um script de filme de cinema. Com todos os ingredientes de um sucesso holywoodiano.
Em outro texto, eu escrevi sobre destino e acaso. E mais uma vez, fui vítima desses "acasos do destino". Que bom.
Por questões de celeridade e astúcia, vou superar a parte pré-namoro. Até porque não conheço ninguém que foi mais feliz em um relacionamento por revelar aspectos do seu passado.
Como disse, o roteiro dessa história renderia um bom filme e um best seller capaz de causar inveja a muito escritor brasileiro.
Senão vejamos.
No início do ano, minha vontade era comemorar meus 30 anos em Las Vegas ao lado de alguns dos meus melhores amigos. Cheguei a começar o planejamento, até que por circunstâncias alheias a minha vontade, me fizeram abortar a "missão". Mas, não havia me dado por vencido. Eu pretendia comemorar bastante a data. Daí, comecei a organizar com amigos e familiares, uma viagem pelo Brasil. Algo curto, três ou quatro dias. Pensei em viajar para Londrina e reencontrar meus tios e primos que moram lá. Para quem não sabe, a noite de Londrina pertence à família. A melhor boate do Brasil é de lá! Mas, retomando a linha de pensamento. Quase na véspera da viagem, o plano foi abortado.
Às vésperas do meu aniversário de 30 anos, reencontrei um amigo de longa data, que havia morado no Canadá por um tempo fazendo o doutorado dele. Há tempos não nos falávamos. Infelizmente, a vida distanciou bastante um do outro. Mas, nunca é tarde para recomeçar. Combinamos de ir ao Ovelha Negra, em Botafogo, no dia 30 de junho, dia que deveria estar em Londrina, ao lado de amigos e familiares, já iniciando as comemorações pelos meus 30 anos.
Quem já foi ao Ovelha Negra, sabe o que estou falando. O lugar é apertado, mas tem um clima diferenciado. Muitas coisas engraçadas e inusitadas acontecem naquele lugar. O público costuma ser bem diferente do restante da noite carioca. Até porque não é todo mundo que curte um espumante ou sabe dos efeitos que isso pode causar...rs.
Já lá dentro, aquilo de sempre: bebendo com o amigo, trocando umas idéias, dando uma "olhada na vizinhança". Tudo normal, do jeito que costuma ser.
Até que em um dado momento da noite (permitam-me, nobre leitor, a encurtar um pouco a história, até porque a noite do Ovelha Negra não é o principal foco do roteiro), vejo aquela mulher sentada na mesa, abandonada pelas amigas, dando sinais de impaciência com o lugar. Pouco antes, já havíamos trocado rápidas palavras, mas nada muito objetivo. Naquela altura dos acontecimentos, meu amigo havia ido embora. Eu estava sozinho. Era a minha chance. O máximo que eu receberia era um "não", como muitos outros em vários momentos da vida. Por que não arriscar, não é mesmo?
Pergunto se posso sentar ao lado dela na mesa. Diante da hesitação, eu resolvo sentar. Me apresento, começamos a conversar. Acreditem, falamos de (quase) tudo. Coisa louca, principalmente quando estamos na "night". Em um dado momento, eu percebo que é hora de "testar" o canal. Seguro a sua mão para ver a reação. Permitiu. Dou um sorriso maroto e prossigo com a conversa. Quando percebo, estamos nos beijando. Gosto do beijo. Gosto da conversa, gosto da pessoa. Vale a pena pegar o telefone e ligar no "dia seguinte" (no caso, mandei um torpedo).
Não sei explicar. Só sei que tudo naquela noite fora diferente. Durante um tempo, convivi com conflitos internos (outros rolos, vontade de querer ficar solteiro, crença de que estudando para concurso não dá para namorar etc.), mas algo me dizia que dali surgiria uma história bacana, mesmo que não fosse uma história de amor.
Passa um tempo e marcamos de sair. Parecia um adolescente. Comprei roupa nova (ok, tinha passado o meu aniversário e eu não comprara nada para mim), estava nervoso, tenso. Combinamos de sair para um bar no Leblon (em dia de jogo do Flamengo contra o São Paulo, que tortura!). Sentamos numa mesa e começamos a conversar. Parecia outra pessoa. Mais distante, menos receptiva, um tanto fria. De repente, achei que tudo não passara de uma ingênua ilusão da minha parte. Cheguei a pôr em xeque a química que havia rolado naquele dia no Ovelha Negra (afinal, espumante em excesso é foda, parceiro). Mas, a medida que o tempo fora passando naquela noite, a fera ia se transformando na bela que eu conhecera. Que bom.
Nos despedimos.
Nos dias seguintes, algumas rápidas conversas telefônicas e novos programas juntos. E o roteiro de sempre: me sentia um Adam Sandler. Era preciso reconquistar aquela mulher todas as noites, em todos os programas. E não pensem que isso aconteceu somente antes de namorarmos! Não, não mesmo!
Se ao mesmo tempo era desafiadora essa situação, por vezes me questionava se aquilo tudo fazia sentido e se era necessário.
E desde quando o amor faz sentido, Rafael?
E foi mais ou menos neste cenário que começamos o relacionamento. Talvez um pouco precipitado, talvez não. Mas, o diferencial que ambos desejamos isso. Ambos lutamos por isso, superando as diferenças e adversidades. Hoje, ao olhar para trás, tudo isso chega a ser engraçado. Que bom que tenha sido assim. Tornou sólida uma vontade mútua de que o relacionamento dê certo.
A cada dia, uma descoberta. Um pouco mais de dose de amor é lançada relação. Ok, são dois meses. Mas, parece que já dura há mais tempo. Neste período, uma viagem inesquecível a Cancún.
É bom amar novamente. E melhor ainda ter descoberto isso com ela. Minha grande dificuldade com as mulheres foi sentir admiração. E dela, eu sou fã incondicional. Admiro a mulher, a filha, a irmã, a médica, a namorada. E por amor, fazemos tudo. Que o diga os jogos do Flamengo assistidos na casa dela (só vitória. Quando compreendi isso, deixei de assistir em casa ou no estádio e o Flamengo voltou a vencer. Prefiro pensar que não é praga dela, sabe ... hehehe), quando ela se esforça ao máximo para acompanhar meu sofrimento, minha alegria.
Amor é assim. Sem explicação, sem nexo. Simplesmente é assim. Simples e tão complexo. Mas, muito importante.
Que bom que não viajei para Las Vegas. Melhor ainda não ter viajado a Londrina. Que barato ter reencontrado um amigo de longa data aqui perto de casa e ter combinado de ir ao Ovelha Negra, porque lá o "sujeito solteiro é feliz". Que coisa especial de ter me permitido conhecer alguém. Se destino ou acaso, só sei que não poderia deixar de te conhecer, amor. Com você, hoje me sinto mais confiante com os desafios que a vida impõe a mim. Que meus defeitos não se tornem inconciliáveis. Que o Flamengo não nos separe. Que os dias nunca sejam os mesmos. Que você seja sempre a minha namorada, hoje, a minha alma gêmea.
Te amo!
E para finalizar, não me preocupa se serão dois meses, dois anos, duas décadas ou se será "até que a morte nos separe". Viver um dia de cada vez é a melhor coisa que posso fazer. Até porque a vida me ensinou a não esperar por um futuro que pode nunca chegar. Seja como e quanto tempo for, já valeu a pena, pois acabou com antigos paradigmas, traumas e ceticismo da minha parte. Se não chegou para ficar de vez (o que não acredito), o amor veio para me transformar em uma pessoa melhor. Para me lembrar que um relacionamento é algo bom e que a simples existência de uma pessoa é capaz de mexer bastante com você.
O amor renova, o amor purifica, o amor existe.
E tudo isso, como se fosse a primeira vez.
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