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sexta-feira, 1 de junho de 2012

À Nação Rubro-Negra - Parte 1




À Nação Rubro-Negra,

É preciso reagir. Com frieza e inteligência, acima de tudo. E, sem sombra de dúvidas, com a ajuda de pessoas do bem, rubro-negros legítimos, desprovidos de interesses políticos, econômicos ou auto promocionais.

O Clube de Regatas do Flamengo necessita da ajuda de rubro-negros honrados, idôneos, com um mínimo de efetiva boa vontade e senso crítico, e ideologicamente independentes daqueles que há décadas apequenam o clube mais popular do país, sugando-lhe as forças, os recursos, a alma.

O horizonte que se avizinha é sombrio. E saiba você que nem meia dúzia de conquistas não terá o condão de mascarar a triste realidade: o Flamengo se tornou há tempos uma bagunça institucionalizada, povoado por urubus famintos, movidos por ganância e interesses pessoais, pouco importando se isso resultará no sofrimento de milhões.

O sentimento de revolta que há muito habita meus pensamentos só não causa um estrago maior e irreparável porque, graças a Deus, aos meus pais e ao meu esforço pessoal, consigo ter outras preocupações e objetivos de vida que exigem de mim atenção e dedicação.

Mas, infelizmente, não é essa a realidade de outros milhões de torcedores, igualmente ou até mesmo mais apaixonados pelo Flamengo do que eu, muitos dos quais deixam de colocar comida em casa para assistir a um jogo do time ou mesmo adquirir um produto do clube. Isso sem contar aqueles que usam o futebol para amenizar um pouco o sofrimento pelas dificuldades diariamente enfrentadas em nossa sociedade.

Por mim, por eles e por outros rubro-negros que certamente estão indignados e sofrendo com a situação atual do Flamengo, resolvi escrever essa carta, não me preocupando se a mesma ficará extensa, dificultando sua leitura.

Ainda que ao final, seja o único a lê-la, terei cumprido o meu papel. Mas, nunca, em nenhuma hipótese ou sob qualquer condição, lavarei as mãos. Jamais, em tempo algum, desistirei do Flamengo e negarei o amor que sinto por este clube.

A pretensão de apresentar os problemas e esgotar as soluções passa bem distante nesta carta. Beira o amadorismo supor que esta carta seja capaz de solucionar todos os problemas do Flamengo. E de amadores, já bastam as gestões dos últimos 117 anos.

Você, torcedor e apaixonado pelo Flamengo, não perca seu tempo em me odiar ou me amar. Em concordar em parte, na íntegra ou discordar veementemente de tudo que vou escrever. A idéia aqui é resgatar o espírito rubro-negro que existe dentro de você. É romper a inércia com que a torcida do Flamengo lida com as sucessivas atrocidades cometidas por dirigentes, jogadores, empresários e “torcedores profissionais” (leia-se: os infiltrados na Gávea através de seus poderes institucionais e aqueles cujo apoio é financiado por diretorias em troca de ingressos e sabe-se lá mais o que).

É preciso reagir. Dar o pontapé inicial. Trazer para perto homens que façam a diferença. Afinal, uma Nação que conta com 35 milhões de seguidores não pode ser refém pela ditadura de uma minoria, não concordam?

Eu gostaria muito de conclamar a imprensa para me ajudar na difusão desse manifesto. Mas, infelizmente, uma imprensa verdadeiramente livre e independente parece ser uma utopia presente apenas em livros de ficção política. Isso para não adentrar no mérito do pleno desconhecimento e despreparo com que ditos profissionais noticiam as informações vindas da Gávea.

A conveniência faz a imprensa invocar a bandeira da liberdade de imprensa. Balela. Infelizmente, o futebol é apenas mais um segmento dessa sociedade aprisionada pela alienação geral, pela reduzida capacidade crítica com que se discute idéias neste país e pelo ceticismo que ronda nossas instituições.

Diariamente, em praticamente todos os meios de comunicação, é possível enxergar o desfavor com que a imprensa e seus doutos profissionais prestam ao Mais Querido do Brasil (para não adentrar em outras searas), expurgando para longe da Gávea a esperança de dias melhores e de retomada ao caminho do crescimento enquanto instituição e de solidificação da marca no mercado interno e internacional, veiculando-se notícias falaciosas, tendenciosas e que nada acrescentam para as devidas mudanças que urgem ocorrer no Clube de Regatas do Flamengo.

E se o debate na imprensa não pode ser total, livre e independente, não presta para o objetivo pretendido: resgate da auto-estima e do caminho por dias melhores.

Assim, você torcedor rubro-negro de bem, diferente de quem hoje é situação ou oposição na vida política do Flamengo, preocupado com a quantidade de besteiras cometidas pela atual diretoria e pelas que lhe sucederam, leia com atenção essa carta. Que este desabafo avance pelo mundo virtual e chegue ao conhecimento de um número máximo de pessoas interessadas em resgatar o Flamengo do mundo das trevas para onde foi lançado por seus “líderes”.

Nasci em 1981. Sou cria da geração de ouro da Gávea. Desde cedo, acostumei-me com conquistas históricas, com vitórias e com o orgulho que era torcer e representar o Flamengo onde quer que eu estivesse. Vi jogadores com reduzida capacidade técnica se transformarem em ídolos. Cresci com os adversários temendo e respeitando o time, sua torcida e, principalmente, a instituição.

Em algum momento, tudo isso foi perdido.

Seria cômico, se não fosse trágico, observar neste ano eleitoral, que as mesmas figuras que se arrastam há décadas no Flamengo surgem como esperança de dias melhores, de modernização. Até quando seremos obrigados a aguentar esses ex-presidentes, que trocam acusações e ofensas repetitivamente, como se fossem imunes às críticas e que carregassem histórico de acertos e reputações idôneas. Façam-me o favor...

O abismo bate a porta. O medo também. Há um campeonato brasileiro pela frente e um time despreparado, sem alma, sem identidade. E até lá, disputas eleitorais, novas crises, dívidas e mais um ano perdido, sem conquistas, sem resgate da auto-estima, sem implementar qualquer ideologia minimamente profissional.

Divulguem esta carta. Façamos um movimento pacífico e inteligente. Vamos protestar contra quem aterra sonhos de ver um Flamengo referência mundial.

Nas próximas manifestações, falarei um pouco sobre o caso envolvendo o R10, Lei Pelé, categorias de base, parte tática e técnica do time, contratações, política do clube, treinadores, patrocínio, quadro social do clube, dentre outros assuntos.

Fica aqui registrado o meu protesto. O meu “basta”, o meu repúdio com que todos esses dirigentes fizeram com o Flamengo ao longo dos últimos 30 anos. Não será a entrega de um CT, conquista de títulos em esportes amadores e pagamento de juros de dívidas que acabarão com a minha insatisfação.

Pensemos em alternativas.

Porque do jeito que está, o Flamengo em breve se tornará um ex-clube grande, vivendo cada vez mais do passado, tal como fazem seus pares aqui no Rio de Janeiro.

Rubro-negros de bem e Geração de 81, salvemos o Flamengo.

SRN!

Observação: Para quem possa contestar meu lado rubro-negro, digo em minha defesa preventiva que desde meus 12 anos passei a ir sozinho ao Maracanã, em jogos decisivos ou simplesmente diante de times inexpressivos em campeonatos diversos (sempre pagando meus ingressos e me submetendo a horas de fila, cambistas, despreparo da PM e outros absurdos que só quem vai ao estádio é capaz de saber). Ajudo indiretamente o clube adquirindo produtos oficiais todos os anos e pagando pelo sistema de pay per view. Em breve, me tornarei sócio, pois pelo Estatuto do Clube, somente quem for sócio adimplente e por 3 anos, salvo engano, possui o direito de participar da vida política do clube. E não haverá qualquer mudança nessa bagunça chamada Flamengo se não houver reforma política e rubro-negros idôneos a frente desse processo de transformação.

2 comentários:

  1. É por aí, Murad! Desde os 17, 18 anos que eu digo que um dia vou ser Presidente do Flamengo, muita gente ri, mas eu digo isso porque sei que o Flamengo precisa de pessoas que amem a instituição acima de tudo, e que tenham coragem para enfrentar pressões e não ceder ao jogo político dessa corja que habita o clube. Também planejo há tempos comprar meu título de sócio, e agora que a situação financeira melhorou (rs), isso deve acontecer em breve. Nós, verdadeiros flamenguistas, devemos se unir em torno do clube, contra essa corja que nunca sentou numa arquibancada pra ver um jogo, nunca enfrentou um ônibus lotado, uma fila, um sol de 40 graus na cabeça. Eles não sabem o que é Flamengo, não têm a alma rubro-negra. Vamos resgatar o Flamengo! Tô dentro!

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  2. Não concordo com muita coisa, a começar que não acho a situação atual mais dramática do que nos anos 90 e primeira metade desde século.

    Campeonato Brasileiro Posição
    1980 1º campeão
    1981 5º na fase final
    1982 1º campeão
    1983 1º campeão
    1984 5º na fase final
    1985 9º
    1986 13º
    1987 1º campeão
    1988 6º na fase final
    1989 9º
    1990 11º
    1991 9º
    1992 1º Campeão
    1993 8º na fase final
    1994 14º
    1995 21º quase rebaixado
    1996 13º
    1997 5º na fase final
    1998 11º
    1999 12º
    2000 15º
    2001 24º quase rebaixado
    2002 18º quase rebaixado
    2003 8º
    2004 17º quase rebaixado
    2005 15º quase rebaixado
    2006 11º
    2007 3º vaga na libertadores
    2008 5º disputando até última rodada
    2009 1º campeão
    2010 14º quase rebaixado
    2011 4º vaga na libertadores
    2012 (por enquanto) 10º até o momento

    Momentos bons ou ótimos: 80/81/82/83/84/87/88/92/93/97/07/08/09/11 melhores momentos entre 1980 e 1988 / 2007 a 2011

    Momentos ruins ou péssimos: 95/01/02/04/05/10 ou seja, pior momento entre 2001 e 2005

    Ou seja, vivemos momento muito pior... isso agravaria se computasse estaduais 81/86/91/96/99/00/01/04/07/08/09/11... se pusesse copas do brasil 90/06... mercosul 99... então entre 2001 e 2005 passamos o maior perrengue... e entre 2007 e 2011, e não acabou o ano de 2012 diga-se de passagem, vivemos o segundo melhor momento...

    Isso se deu por causa de boas gestões? Não! Mas provs-se que também não é das piores e portanto o movimento me parece uma guerra contra a Patricia e não a favor do Flamengo!

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